sexta-feira, 24 de agosto de 2012

EUA: Afeganistão como cobertura


Afeganistão como coberturaOs EUA procuram ativamente parceiros na Ásia Central. Washington claramente não pretende deixar o papel principal nessa região com a Rússia. Na opinião de especialistas em política internacional americanos a aposta é, nem mais nem menos, do que o acesso do Ocidente à Ásia Central.

O jornal Washington Times prevê um duelo geopolítico de Washington e Moscou pelo Tadjiquistão. Hoje este país, que tem fronteira com o Afeganistão, é sobretudo importante para os EUA. O contingente de Força Internacional de Assistência para Segurança chega ao Afeganistão pelo chamado caminho do norte – através do Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão. O congressista americano Dan Burton assinalou recentemente que os EUA podem instalar sua base no Tadjiquistão em troca das bases aéreas existentes no Quirguistão. Agora os EUA têm a possibilidade de encobrir-se com o Afeganistão e a necessidade de garantir a saída das tropas – contou à “Voz da Rússia” o diretor geral do Centro de Informação Política, Alexei Mukhin:
"Este interesse será formalizado exatamente assim. A presença de base militar dará aos EUA a possibilidade única de ter um ponto doloroso nessa região. Isto é orientado antes de mais nada contra a Rússia e a China, a posição das quais, sobre a questão síria, por exemplo, despertou insatisfação aguda em Washington."
Os EUA veem no espaço pós-soviético campo para manobra política. Aliás, as próprias repúblicas centro-asiáticas dão tal possibilidade. Os interesses dos EUA ali chocam-se com a posição da Rússia, que sempre ocupou um lugar especial na região, considerando-a campo de sua influência. E alguns países contam com a vantagem dessa rivalidade – diz Alexei Mukhin:
"O Tadjiquistão é uma região que depende de influência externa, e economicamente depende dos países que o cercam, inclusive da Rússia. Isto se formou historicamente. Em troca da soberania, na instalação de bases militares, ele irá exigir determinadas preferências. Quem der mais, quem prometer mais, receberá do Tadjiquistão maior atenção em seu território."
No ano passado o Tadjiquistão, Uzbequistão e Paquistão constituíram o programa da turnê centro-asiática da secretária de estado norte-americana Hillary Clinton. Sua visita foi precedida de viagem de altos diplomatas americanos a esses países. Vale lembrar que com o Uzbequistão, ultimamente, os EUA mantêm um diálogo sobretudo intenso. Tachkent até mesmo suspendeu sua participação na Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC).
Os meios de informação de massas russos escrevem sobre as negociações de Tachkent e Washington sobre a criação do Centro de Reação Operacional na república, que depois de 2014 se transformará em base militar dos EUA. E os equipamentos militares da OTAN, depois da retirada das tropas do Afeganistão, em sua maioria ficará justamente no Uzbequistão.
É evidente que os processos da atual integração euroasiática não se inserem nos planos dos EUA. Washington tem seu grande projeto geopolítico – diz o diretor do Centro de perícias geopolíticas, Valeri Korovin:
"Isto ocorre no âmbito da realização da estratégica geopolítica “Anaconda” aprovada pelos americanos há algumas décadas. Ela consiste em cercar a Eurásia com bases militares americanas para sufocar econômica e estrategicamente um grande espaço, no centro do qual está a Rússia. Esta é uma das fases de realização do projeto, para a conclusão do qual os EUA caminha há décadas."
A presença militar russa na região está representada pelas bases Kant no Quirguistão e a base 201ª no Tadjiquistão. E os planos dos EUA de afastar a Rússia dessa região não convêm evidentemente a Moscou.
Voz da Russia.

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