domingo, 23 de setembro de 2012

Câncer de colo de útero causa a morte de 63 mulheres na PB este ano; centro realiza exames


O câncer de colo de útero foi o responsável pela morte de 63 mulheres este ano na Paraíba. Ano passado foram registrados 85 mortes. Para rastrear esse tipo de enfermidade o Governo do Estado coloca a disposição da população paraibana  o Laboratório de Anatomia Patológica do Centro de Diagnóstico do Câncer (CDC)  que tornou-se o único de referência no atendimento da rede pública de saúde na Paraíba.
A unidade, fundada em 1998, está localizado na Avenida João Machado, 109, no centro de João Pessoa, já responde, mensalmente, pela realização de cerca de 9 mil exames citológicos de colo de útero, 1.500 exames anatomopatológicos, 300 ultrassonografias e 250 colposcopias.
De acordo com a diretora do CDC, Roseane Soares, com o passar dos anos foram agregados ao atendimento da unidade outros serviços voltados em cerca de 90% para a saúde da mulher. “Foram integrados serviços como clínica ginecológica e de mastologia, além da realização de biópsias, punções aspirativas e cirurgias de alta frequência em lesões que ainda não são cancerígenas, mas que podem ser precursoras do câncer”, explicou.
Roseane Soares enfatizou a qualidade do atendimento oferecido gratuitamente pelo SUS, especialmente no que se refere aos profissionais envolvidos. “Oferecemos atendimento especializado e comprometido com a saúde não só da mulher, como da população em geral. Possuímos, por exemplo, profissional especializado em procedimentos de detecção do câncer da tireoide, em que nota-se um crescente número de casos”, revelou.
Dos casos de câncer diagnosticados pelos serviços do CDC nas mulheres, os mais comuns ainda são os localizados no colo do útero e nas mamas. “Há quase um empate. Mas estamos identificando um aumento no número de casos de câncer de mama que são diagnosticados pelo CDC. Acredito, no entanto, que seja por uma maior procura por parte das mulheres relacionadas à saúde mamária. As mulheres estão mais conscientes, procurando se tocar e se conhecer mais, e por consequência há uma maior detecção dos casos”, disse.
Roseane lembra que o atendimento realizado no Centro de Diagnóstico do Câncer acontece por meio de encaminhamento dos PSF de cada município, direcionado através da regulação municipal de saúde de João Pessoa. “O CDC não atende demanda espontânea”, enfatiza a diretora.
Câncer do colo de útero – O câncer de colo de útero é responsável por alta taxa de mortalidade entre as mulheres. É o segundo tipo que mais mata mulheres na Paraíba, ficando atrás apenas do câncer de mama. O diagnóstico precoce é fundamental para elevar a taxa de sobrevida.
O exame papanicolau é o mais indicado para o diagnóstico do câncer do colo uterino que deve ser realizado anualmente a partir do início da vida sexual. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o papiloma vírus humano (HPV) pode ter relação com os casos de câncer de útero. São mais de 200 tipos diferentes de HPV, classificados como tendo baixo risco de câncer e alto risco. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.
O HPV é capaz de provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente.
A diretora do CDC, Roseane Soares, enfatiza a importância da paciente diagnosticada com o HPV ser acompanhada regularmente pelo ginecologista. “É preciso monitorar o aparecimento ou não de lesões pelo menos de seis em seis meses, possibilitando intervenções preventivas e eliminando uma possível progressão.”
Ainda segundo instituto, estudos no mundo comprovam que entre 50% e 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imunológico, principalmente entre as mulheres mais jovens.
Qualquer pessoa infectada com HPV desenvolve anticorpos (que poderão ser detectados no organismo), mas nem sempre estes são suficientemente competentes para eliminar o vírus. A transmissão é por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
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