quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Desmoronamento da zona do euro é resultado dos erros na sua criação


euro zona do euro união europeiaUm grupo de economistas alemães publicou uma previsão sobre os possíveis cenários de desmoronamento da zona do euro. No pior dos casos, tal afetará  42 grandes economias do mundo, que em conjunto constituem 90% da economia mundial. Ocorrerá o efeito dominó, quando os processos de desintegração adquirem um caráter de avalanche.

Especialistas alemães examinam todas as variantes. A inadimplência de Atenas não será um abalo para a economia mundial. Caso a Grécia e Portugal saiam da zona do euro, a maioria dos países da UE sofrerá perdas. Mas a influência dessa variante sobre a economia mundial será relativamente pequena. Mas a onda de crise provocada por inadimplência tríplice – Grécia, Portugal e Espanha não afetará talvez só a Austrália. Para a Espanha, o default será um abalo nacional - diz o secretário para questões da economia do bloco político “Esquerdos Unidos” da Espanha, José Antonio Garcia Rubio:
“Para a Espanha, a saída da união monetária pode ter conseqüências gravíssimas. O problema surgiu em virtude de ninguém ter dado a devida importância,  quando a UE foi criada, ao fato de as economias dos países da união serem muito diferentes. Era necessário desde o início prever os possíveis problemas e resolvê-los ainda na fase de criação da união. Agora é necessário resolver post factum as dificuldades surgidas. No entanto, para a Espanha, a saída da união monetária europeia é o pior dos roteiros possíveis. O país, durante muito tempo, esteve envolvido na economia da zona do euro, 2/3 do comércio espanhol é com a Europa, por isso a tentativa de romper esta ligação terá para ela conseqüências ainda piores. Isto acontecerá também a outros membros da UE."
O quarto roteiro é o mais trágico. Em caso de se verificar, logo quatro países, a Grécia, Portugal, Espanha e Itália, terão de se despedir de uma só vez da moeda comum europeia. Resultado: profunda recessão econômica. Até 2020 as perdas só dos países da UE são avaliadas pelos especialistas em quase 9 trilhões de euros, dos EUA – em quase 3 trilhões, da Rússia – em 290 bilhões. O golpe do tsunami econômico submeterá a uma carga crítica os institutos sociais de todo o mundo. Estará ameaçada a estabilidade global. Isto é, este roteiro é uma espécie de apocalipse da civilização.
Os roteiros apresentados pelos especialistas alemães são em muito convencionais. Naturalmente que os acontecimentos reais não coincidirão obrigatoriamente com os seus cálculos. O economista alemão Tiss Peterzen, em entrevista à Voz da Rússia, assinalou a indefinição da situação:
"Eu vejo que tentam evitar a falência da Grécia, porque temem o “efeito dominó”. Tanto os políticos com o mundo dos negócios temem o perigo de contaminação com este vírus. Por isso, fazem tentativas incríveis de conservar a Grécia na zona do euro. Temos em mãos previsões econômicas de desenvolvimento ulterior dos acontecimentos. Entretanto, se algum país deixar a zona do euro para ele surgirá o perigo de desemprego, recessão e depois abalos sociais e políticos."
Provavelmente o relatório, preparado por especialistas alemães, deverá levar a RFA a fazer a escolha decisiva. Que fazer? Retirar os países em crise da zona do euro ou salvá-la a qualquer preço, usando todos os seus recursos? Muitos consideram que a última variante é mais preferível para Berlim. Mas como o default da Grécia parece ser uma questão já decidida, os alemães estão um tanto atrasados. Agora a eles resta apenas acompanhar os acontecimentos e calcular os prejuízos. A situação surgiu, não em último lugar, em virtude de erro crítico dos iniciadores da integração europeia. Eles apostaram mais na conjuntura política do que na racionalidade econômica.

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