domingo, 13 de janeiro de 2013

França mantém ataques no Mali


Pelo segundo dia consecutivo, as forças francesas lançaram neste sábado ataques aéreos contra rebeldes islâmicos no Mali e enviaram tropas para proteger a capital Bamako, em uma operação que envolve centenas de soldados, informou o ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian.
Um piloto francês foi morto na sexta-feira quando seu helicóptero foi abatido durante um ataque aéreo perto da cidade central de Mopti, enquanto a França começava a operação para ajudar o governo de Mali a conter os rebeldes que controlam a maior parte do norte, disse.
A operação visou a uma coluna de rebeldes liderados por Mopti, disse. "Nessa luta intensa, infelizmente, um dos nossos pilotos foi fatalmente ferido. Ele foi levado para o centro médico mais próximo antes de morrer por causa de seus ferimentos", disse Le Drian.
O ministro afirmou que a França enviou forças especiais a Mopti para preparar o terreno e posteriormente encaminhou "várias centenas" de tropas a Bamako na sexta para proteger a capital. A França tinha adicionais caças Rafale em modo de espera, segundo Le Drian.
Uma autoridade do Exércio no quartel da antiga junta militar do Mali em Bamako disse que "mais de 100" rebeldes foram mortos, enquanto um comerciante em Konna disse ter contado 148 corpos, entre eles várias dezenas de soldados do governo.
"Nós o expulsamos. Estamos efetivamente em Konna", disse à o porta-voz do Ministério da Defesa do Mali, coronel Diaran Kone. "Não sabemos se eles plantaram minas ou outras armadilhas, então estamos nos locomovendo com cautela. Houve muitas mortes em ambos os lados".
O ministro relatou também que uma operação lançada por forças francesas na Somália para tentar resgatar um agente secreto mantido refém desde 2009 não estava ligada à intervenção no Mali. O refém Denis Allex foi morto pelos sequestradores durante a ação militar, em que um soldado francês também morreu. Outro militar está desaparecido.
Previamente às declarações do ministro francês, tropas do Mali afirmaram que, após bombardeios da Força Aérea da França, recuperaram território de milícias islâmicas que controlam o norte do país - incluindo Konna.
A intervenção francesa no conflito ocorre como uma reação ao avanço militar das milícias islâmicas durante esta semana. Na quinta, rebeldes haviam capturado Konna - a principal ligação entre o norte do país, controlado pelas milícias, e o sul, ainda nas mãos do governo. As milícias tomaram o norte do país em abril e impuseram a lei islâmica em diversas cidades.
O presidente da França, François Hollande, acusou na sexta os rebeldes de serem ligados à rede extremista Al-Qaeda e de tentarem converter o Mali em "um Estado terrorista".
O governo francês afirmou que a intervenção no país está de acordo com a legislação internacional e teria sido acordada com o presidente malinês, Dioncounda Traore. Um estado de emergência foi declarado no país por dez dias.
Traore fez um pronunciamento em rede de TV na sexta conclamando os malineses a se unir para "libertar cada polegada" do país. 
A Cedeao (Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental) afirmou te autorizado o envio imediato de militares ao Mali. Em dezembro, o  Conselho de Segurança da ONU havia aprovado o envio de 3 mil soldados de paz em uma missão multilateral para retomar o norte do país. Mas a intervenção militar estava programa para começar apenas em setembro.
Ao menos sete cidadãos franceses são mantidos reféns no Mali. Fabius afirmou que a França fará "de tudo" para libertá-los. Um porta-voz da al-Qaeda afirmou que a rede considera a operação francesa uma "cruzada intervencionista". Ele afirmou que "os franceses estão cavando os túmulos de seus filhos". O Mali foi uma colônia francesa até 1960.
*IG Reuters e BBC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores.