quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Rússia: Caça em massa aos lobos

Animais, caça, Ecologia, Sibéria

Na Rússia está se desenrolando a caça aos lobos. Por causa de ataques destas feras, mais frequentes nos últimos dias, tem sido declarado regime de situação de emergência em várias regiões do país, em particular, na Sibéria Oriental e sua vizinha Yakútia. O inverno inusitadamente frio e a fome têm sido as causas que empurraram os perigosos predadores para povoações humanas.

As autoridades se viram na obrigação de mobilizar caçadores.
Equipes especiais de caçadores já estão operando. Durante apenas três meses a população de lobos na Yakútia, localizada no nordeste da Sibéria, deveria ser reduzida sete vezes: de 3.500 a 500 espécies. As autoridades locais muniram as equipes de combustível e cartuchos, prometendo recompensa por cada pele de lobo morto. Os três melhores caçadores serão distinguidos com um generoso prêmio equivalente a 25 mil euros.
Tendo em conta enormes danos de granjas pecuárias que são centenas de vezes maiores, as referidas despesas, segundo as autoridades da república, são razoáveis. O principal perigo consiste em que as manadas de lobos se aproximam muito perto dos assentamentos humanos. O zoólogo Dmitri Poiarkov relata à Voz da Rússia de como atuam as feras:
"As manadas, quanto à composição, são diferentes, contando, em média, com dez a doze lobos. Regra geral, o núcleo da manada é constituído por uma família, ou seja, o casal procriador com uma ou duas gerações de cachorros. Na Yakútia havia registro de manadas muito grandes, se me lembro bem, de até 20 animais".
Além da Yakútia e o adjacente Zabaikalski Krai (Transbaikalia), a caça aos lobos tem sido declarada também na província de Sverdlovsk (nos Urais), no território de Khabarovsk (Extremo Oriente) e em Tuva (sul da Sibéria). Nesta última, se praticam trocas de predadores mortos por gado doméstico. No combate aos lobos estão envolvidos não só caçadores, mas também policiais, pois os habitantes rurais, quando as feras atacam o gado, chamam a polícia. Uma das patrulhas policiais teve que os defender abrindo fogo com fuzis de assalto Kalashnikov.
Na Rússia, no entanto, nem todos são partidários deste tipo de luta contra lobos. Os protetores de animais sugerem restabelecer a população de lebres que, segundo eles, são caçados indiscriminadamente e sem controle algum. Contudo, o perito da Fundação da Natureza Selvagem, Vladimir Krever, acha que o problema de lebres não existe:
"Lebres, naturalmente, não é o único alimento dos lobos. Em cada região, a estrutura alimentar do lobo, por assim dizer, será distinta. Em princípio, o número de lobos se calcula ali de 3.500 a 5 mil espécies, mantendo-se bastante estável ao longo de muitos anos".
Não obstante, tanto os ecologistas como os caçadores coincidem em que a solução do problema tem de ser abordada de forma abrangente e sob todos os ângulos. E por enquanto, na confrontação entre o animal predador e o ser humano está vencendo o primeiro. No inverno passado, só na Yakútia os lobos mataram 16 mil veados e 300 cavalos, enquanto o número de lobos eliminados só se cifrou em uns 600.
VOZ DA RÚSSIA

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