sexta-feira, 12 de abril de 2013

Doméstica e cortadora de cana constroi a maior franquia de bolos do País



Fui doméstica, cortadora de cana, recepcionista. Comecei a trabalhar com nove anos e durante dois anos usei o horário de almoço para entregar os bolos que eu fazia durante a madrugada. Resolvi montar o meu negócio para garantir um futuro melhor para o meu filho e graças a Deus está tudo dando certo. O sucesso é consequência de muito trabalho." É assim que Cleusa Maria da Silva, 46 anos, define a trajetória que culminou na criação da Sodiê Doces, a maior franquia de bolos do País, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).
O embrião da Sodiê surgiu em 1997 na casa de Cleusa, quando ela resolveu complementar a renda que tinha de cerca de um salário mínimo com a venda de bolos. Ela entrou no negócio quando uma amiga boleira ficou doente e não tinha ninguém para assumir os clientes. A dupla jornada incluía produzir os bolos durante a noite e vendê-los no horário de almoço. Durante dois anos, a então montadora de auto-falantes conseguiu juntar o capital de cerca de R$ 20 mil necessário para abrir a primeira loja, de 20 metros quadrados na cidade de Salto, a cerca de 100 km de São Paulo.

Ainda com apenas uma loja, a dificuldade de Cleusa era produzir uma variedade de doces, para atrair clientela. Pensando em ampliar o mix de produtos, ela viu uma receita de bala recheada no programa da Ana Maria Braga, na Rede Globo, e pediu para que a mãe tentasse copiar. "Minha mãe resolveu tentar, mas foi um pouco difícil conseguir aprender. Enquanto ela testava eu comprava as balas e falava que minha mãe fazia. Quando ela encontrou o ponto certo, passamos a vender e foi um grande sucesso", diz.
As boas vendas das balas permitiram que a mãe de Cleusa, que trabalhava como boia fria, pudesse se dedicar apenas ao negócio da família. Atualmente, a produção das balas fica por conta de um sobrinho. Em janeiro deste ano, a história foi contada no programa da apresentadora e fez a venda do produto triplicar. Agora são confeccionados uma tonelada de balas por mês, quantidade insuficiente para atender a demanda de todas as lojas. "Estamos trabalhando para expandir a produção e fazer com que as balas cheguem a todas as franquias o quanto antes", conta.
Depois de quatro anos, Cleusa conseguiu fazer a primeira ampliação e mudou o empreendimento para uma loja de 80 metros quadrados. Tendo como sócios irmãos e ex-funcionários, foi abrindo outras lojas, em cidades próximas (Sorocaba, Americana, Itu e Indaiatuba). A ideia de montar uma franquia foi consolidada em 2007, após cinco anos de pesquisas. "O pedido veio de um cliente, que falava que tinha que sair (da cidade) de São Paulo para comer os meus bolos, e ficou insistindo para abrir uma franquia. Fui procurar consultoria saber como funcionava, contratei profissionais, fiquei cinco anos pensando em como deveria fazer e em 2007 foi possível."
Hoje, 16 anos após o início, a rede chega a quatro Estados (Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo) e ao Distrito Federal. Das 126 lojas, sete são de Cleusa: cinco no interior de São Paulo (Salto, Sorocaba, Americana, Itu e Indaiatuba), e duas são na capital (nos bairros do Tatuapé e da Penha). "A pessoa tem que ter amor ao que faz, tem que acreditar muito, enfrentar os desafios e trabalhar muito que o resultado aparece", afirma. As lojas vendem cerca de 75 opções de sabores de bolo, com versões de chocolate, com frutas, e sem açúcar.
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