Na resolução do Seim sobre o 70º aniversário da tragédia, os acontecimentos de 1943 foram qualificados de "depuração étnica com sinais de genocídio". Os deputados poloneses atribuíram a responsabilidade por esse crime ao Exército Rebelde Ucraniano. Também se afirma que cerca de 100 mil poloneses étnicos foram vítimas do ERU. O dirigente da Fundação Memória Histórica, Alexander Diukok salienta que a parte polonesa culpa do acontecimento não a Ucrânia, como país, e sim apenas os membros da Organização de Nacionalistas Ucranianos e Exército Rebelde Ucraniano (ONU-ERU).
"Estas organizações realmente realizaram depurações étnicas de envergadura em Volinia. Sendo que estas depurações foram planejadas com antecedência, ainda antes do ataque da Alemanha à União Soviética. As depurações foram feitas segundo planos especialmente premeditados e por isso é perfeitamente justo encarar a ONU e ERU como organizações criminosas".
Não é a primeira vez que a interpretação do papel histórico da ONU-ERU torna-se pedra de tropeço nas relações da Polônia e Ucrânia. Em abril os parlamentares poloneses anunciaram a disposição de examinar um projeto de lei considerando a ONU e ERU organizações criminosas. Desse modo foi considerado criminoso também o ídolo dos nacionalistas radicais ucranianos – Stepan Bandera. Isto provocou a indignação do partido Liberdade. Seus representantes na Câmara Alta da Rada prometeram preparar um documento em que o Exército Krajowa polonês seria declarado organização criminosa.
Mas a conjuntura política hoje é tal, que Kiev não pode se permitir prejudicar as relações com Varsóvia, supõe o colaborador científico do Instituto Russo de Pesquisas Estratégicas, Oleg Nemensky.
"A situação, naturalmente, é difícil. E é muito desagradável para as relações mútuas dos dois países, porque agora a Ucrânia está na posição de pedinte. Ela pede à Polônia para ajudá-la a concluir em novembro o acordo de associação à União Européia, porque a Polônia é quem promove a Ucrânia a nível europeu. Nesta situação será difícil para a Ucrânia ter uma reação dura, negativa, aprovar uma declaração de confronto com a Polônia".
Vale a pena acrescentar que também na Ucrânia nem todos simpatizam com a ONU-ERU. Por exemplo, o representante do partido das Regiões, Mikhail Dobkin partilha plenamente dos pontos de vista dos legisladores poloneses a respeito dessas organizações. Na opinião do deputado, o Seim devia compor uma lista de "Bandera-Shukhevich" em que entrariam os seguidores atuais desses homens. A todos eles deve ser proibida a entrada no território da União Européia – considera Dobkin.