terça-feira, 23 de julho de 2013

Instituições políticas e religiosas são as que têm menos credibilidade entre jovens

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Pesquisa feita em 20 países e com mais de 20 mil pessoas colocou as universidades como a instituição mais próxima da juventude

As instituições religiosas e políticas são as que contam com menos credibilidade entre os jovens ibero-americanos, de acordo com pesquisa realizada pela Organização Ibero-Americana da Juventude (OIJ) divulgada  segunda-feira (22). O estudo, obtido com exclusividade por Opera Mundi, foi feito em 20 países, com mais de 20 mil entrevistas de pessoas entre 15 e 29 anos.
Dos oito itens avaliados, apenas os governos, as organizações religiosas e a classe política têm confiança inferior a 25% dos entrevistados. "Há uma distância muito grande entre política e juventude na atualidade. O recente desenvolvimento econômico e social da América Latina não conseguiu mudar isso. Por outro lado, você vê a universidade como líder absoluta em termos de imagem entre os jovens", analisa o secretário-geral da OIJ, Alejo Ramírez, fazendo referência à instituição com melhor índice de avaliação. Além das universidades, os meios de comunicação e a polícia também obtiveram boas notas.
Para Bruno Vanhoni, assessor de relações internacionais da Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, há um outro aspecto que contribui para a descrença com as organizações religiosas. "A juventude tem uma opinião diferente sobre a liberdade, que muitas vezes não se encaixa nas religiões mais ortodoxas".
Uma diferença importante entre os jovens sul-americanos e os da península ibérica é como eles veem a melhor forma para se conseguir um bom emprego. Para portugueses e espanhóis, a fórmula ideal ocorre por meio de contatos sociais. Na América Latina, com exceção do México, a educação é vista como prioritária.
"É bem diferente se você acha que o melhor jeito para obter emprego é estudando ou tendo contatos. Mostra o jeito da sociedade como um todo, não só dos jovens. Achar que ter contatos é melhor mostra uma sociedade que está se equivocando, não há meritocracia. No caso da Europa, isso pode estar ligado à falta de boas perspectivas com a crise econômica", afirma o argentino Ramírez.
Em relação aos brasileiros, há dois traços importantes. Na comparação com os outros países, eles aparecerem como progressistas, dando suporte ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à legalização da maconha, mas também são mais resistentes à integração regional.
"É uma contradição. Talvez mostre que os brasileiros jogam um jogo diferente dos demais. Se a região ibero-americana fosse um time, vocês seriam o goleiro, que pode usar a mão", brinca Ramírez. Vanhoni concorda com o argumento do secretário-geral da OIJ e acrescenta que o governo brasileiro tem se dedicado ao tema. "Os outros países têm uma identidade comum devido ao idioma. Mas o Brasil está diminuindo isso aos poucos. Principalmente nas fronteiras, já há um sentimento maior de ser latino-americano".

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