sábado, 24 de agosto de 2013

CARTÉIS: Áreas de energia e saúde também têm contratos irregulares, diz ex-executivo da Siemens

energia

 Corrupção e Irregularidades como fraudes em licitações e pagamentos de propina a agentes públicos não acontecem apenas nos metrôs de São Paulo e Brasília e na CPTM, mas também nas divisões de Transmissão e Distribuição de Energia, Geração de Energia e de Sistemas Médicos. As informações foram fornecidas por um ex-executivo da multinacional Siemens ao ombudsman da empresa na Alemanha em junho de 2008, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de ontem (23).
De acordo com o texto, o denunciante não cita nomes de possíveis envolvidos ligados aos governos. A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) contratou a Siemens várias vezes. "É impressionante observar que, apesar de todos os escândalos e consequências para toda a companhia, a Siemens Brasil continua pagando propinas no Brasil para conseguir contratos lucrativos", disse o denunciante na carta. "Espero que as informações mencionadas possam ajudá-lo em sua difícil função como ombudsman em uma companhia que não aprendeu com as lições do passado."
As informações são consideradas verossímeis, já que a carta contém revelações confirmadas pelos seis executivos – quatro brasileiros e dois alemães – da Siemens que firmaram acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em maio de 2013. No plano federal, controladas da Eletrobrás, como Furnas, Chesf e Eletronorte, têm contratos com a empresa.
Em um trecho da carta, o denunciante afirma: "Eu gostaria de trazer para o seu conhecimento alguns fatos e documentos que demonstram práticas ilícitas adotadas pela Siemens no Brasil, nos dias de hoje e no passado, particularmente nos seguintes projetos: CPTM Linha G (Linha 5 do Metrô de São Paulo), CPTM Série 3000 e contrato de manutenção do Metrô-DF."
Em outro trecho ele declara que "esse tipo de prática não é privilégio da divisão de transportes. Elas também são comuns nas áreas de transmissão e distribuição de energia, geração de energia e na divisão de sistema de saúde, que trabalham com empresas públicas".

Metrô e CPTM

Na semana passada, o secretário municipal de Serviços de São Paulo, Simão Pedro (PT), disse ser improvável a existência do cartel para obras do metrô e da CPTM sem o conhecimento do governo estadual, controlado pelo PSDB desde 1995. “Não existe cartel sem a conivência de autoridades públicas. Se você tem autoridades públicas sérias, que têm em primeiro lugar o interesse público, a economia, a transparência, é evidente que as autoridades não permitem acerto entre empresas”, afirmou.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem dito que o estado é vítima das empresas e da Siemens, em particular. “Se for confirmado algum cartel, o estado é vítima e entrará imediatamente com ação de indenização e ressarcimento de possíveis prejuízos", defendeu-se, no início do mês.

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