quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Brasil vai produzir vacina para países pobres

Saúde faz parceria de R$ 1,6 bilhão com Fiocruz e Bill & Melinda Gates. Atualmente, país exporta doses para 75 nações em todo o mundo.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, uma parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Fundação Bill & Melinda Gates para formular a primeira vacina brasileira – contra sarampo e rubéola – para ser destinada a países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. Atualmente, essa dose é fabricada apenas por um laboratório indiano.
A expectativa é que 30 milhões de doses estejam disponíveis no mercado até 2017. Segundo Padilha, cada uma delas será comercializada por US$ 0,54 (R$ 1,17), o menor preço do mercado mundial. O ministro disse que a parceria é a consolidação da terceira fase do Programa Nacional de Imunizações, que completa 40 anos.,,
"O acordo que a gente assinou propicia mais investimentos e garantia de compra, o que possibilita ocupar o mercado externo pelo menor preço. O ministério está investindo R$ 1,6 bilhão e, com os investimentos no desenvolvimento de vacina dupla e o investimento da fundação, estaremos capazes de entregar a produção de 30 milhões de doses em 2017", explicou.
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, disse que este é o primeiro passo concreto de uma ação que vem sendo realizada desde 2011.
"Depois que o Brasil foi muito bem-sucedido no mercado nacional de imunização, vai atender à demanda global. Vamos avançar para a (dose) pentavalente e a vacina da dengue também. Isso estimula a produção no Brasil. O investimento será de R$ 13,3 bilhões em saúde, o que abrange vacinas, medicamentos e equipamentos médicos", disse.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a instituição tem capacidade de ampliar a produção para o mercado internacional. A parceria possibilitou um processo de desenvolvimento e finalização para produzir doses com preços mais baixos.
"Com esse preço, chegamos a uma situação vantajosa. Os investimentos na Fiocruz estão em torno de US$ 500 mil (R$ 1,09 milhão). Isso pode quadruplicar nossa capacidade de produção", afirmou o presidente da Fiocruz.
De acordo com o ministro Padilha, todos os investimentos vão gerar emprego e renda. Além disso, a tecnologia desenvolvida vai beneficiar o mercado interno. Atualmente, o Brasil exporta vacina para 75 países em todo o mundo.
Nacionalmente, o sarampo foi erradicado em 2000 e a rubéola, em 2009. Mas de 150 mil pessoas no planeta ainda morrem em decorrência do sarampo.
As vacinas produzidas em Bio-Manguinhos serão fornecidas a países atendidos pela Aliança Global para Vacinas e Imunização e por entidades da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto, essa parceria vai fortalecer o papel do instituto. O valor investido será destinado à construção de um laboratório em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, que permitirá a produção de outras vacinas.
O presidente da Fundação Bill & Mellinda Gates, Trevor Mundel, reforçou a importância da parceria. Segundo ele, por questões de segurança, é importante ter uma diversidade de fornecedores de vacinas, a preços baixos. A fundação vai investir R$ 1,5 milhão para o desenvolvimento e pesquisa clínica no continente africano.
"A meta geral é que todas as crianças do mundo tenham acesso universal a vacinas que protegem vidas", disse.
Segundo o ministro da Saúde, os médicos brasileiros e estrangeiros que aderiram ao programa Mais Médicos já começaram a trabalhar no Rio. Padilha afirmou ainda que mais 120 médicos formados em outros países estão chegando à cidade desde sábado (26).
"A partir de 4 de novembro, eles vão começar a atender nos postos de saúde", afirmou.
O ministro disse, ainda, que até março de 2014 as demandas de todos os 13 mil médicos solicitados pelos municípios serão atendidas.
Créditos: WSCOM online/G1

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