domingo, 20 de julho de 2014

Discriminação ainda é a maior barreira para o combate à aids no Brasil

 A média global do número de novas infecções com o vírus HIV e de mortes causadas por doenças relacionadas à aids apresentou queda nos últimos anos. No Brasil, porém, a tendência é outra: em ambos os casos foram registradas altas. Para a ONU, a maior responsável por esse cenário é a discriminação.
Enquanto no mundo todo, desde 2001, o número de novas infecções caiu 38%, com uma redução de 13% entre 2010 e 2013, no Brasil houve um aumento de 11% entre 2005 e 2013, como aponta o novo relatório global do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado nesta quarta-feira (16/07).
"Falamos de uma fadiga, de um cansaço. Depois de 30 anos de epidemia, estamos voltando a ter uma nova onda de infecção entre jovens, principalmente homossexuais", diz a diretora da Unaids no Brasil, Georgiana Braga-Orillard.
Na América Latina, estima-se que cerca de 33% das novas infecções ocorram na faixa etária dos 15 aos 24 anos, e que dez pessoas são infectadas por hora.
"Esse relatório confirma aquilo que o Ministério da Saúde tem dito nos últimos anos. Apesar de termos uma prevalência baixa de HIV na população geral, de 0,4%, em alguns grupos mais vulneráveis, por exemplo jovens gays, ela chega a 12%, e entre travestis e profissionais do sexo, varia de 5 a 6%", avalia Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério.
O preconceito continua sendo um dos fatores que dificultam a contenção da epidemia, não somente no mundo, mas também no Brasil. "Temos que trabalhar principalmente a discriminação. Ainda vemos as pessoas sendo discriminadas e, por isso, ficam sem acesso aos serviços de saúde", afirma Orillard.
Créditos: DW

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