quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Na ONU, Dilma destaca redução da fome e combate à corrupção no país

 Primeira mulher a abrir um encontro da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)em 2011, a presidenta Dilma Rousseff fez na manhã de ontem (24), pela quarta vez, seu discurso na sededa entidade, em Nova Iork, Estados Unidos, na abertura da69ª sessão anual do debate geral. Ela destacou os avanços socioeconômicos no Brasil e reiterou os compromissos da política externa do país.
Conforme a tradição iniciada em 1947 pelo diplomata Oswaldo Aranha, o primeiro orador de uma Assembleia Geral da ONU é um representante do Brasil, que foi o primeiro país a virar membro das Nações Unidas, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Na reunião de líderes mundiais dos 193 estados-membros da ONU, Dilma saudou Sam Kahamba Kutesa, ministro dos Negócios Estrangeiros de Uganda e eleito presidente do encontro, para, em seguida, celebrar os 30 anos de redemocratização do Brasil, ressaltando que a partir de então o país pôde avançar na estabilização econômica e na construção de uma sociedade "inclusiva baseada na igualdade de oportunidades".
Dilma lembrou que o Brasil foi citado como um dos destaques do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado na última semana, em grande medida, por conta de programas que integram ações e promovem inclusão social, como o Fome Zero. "Essa mudança foi resultado de uma política econômica que criou 21 milhões empregos, valorizou o salário básico, aumentando em 71% seu poder de compra. Com isso, reduziu a desigualdade", afirmou. "Trinta e seis milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003; 22 milhões somente em meu governo. Para esse resultado, contribuíram também políticas sociais e de transferência de renda reunidas no Plano Brasil Sem Miséria", frisou.
A presidenta também citou que o Brasil reduziu a mortalidade infantil antes do prazo estabelecido pelas Metas do Milênio, disse que houve universalização do acesso ao ensino fundamental e "uma expansão sem precedentes da educação superior", com novas universidades públicas e milhões de estudantes emuniversidades privadas contemplados com bolsas e financiamentos, além das políticas de ações afirmativas que permitiram o ingresso massivo de estudantes pobres, negros e indígenas na universidade.
Dilma destacou que o Brasil soube responder à grande crise econômica mundial, deflagrada em 2008,sublinhando que o país conseguiu resistir "às suas piores consequências", como o desemprego, a redução de salários, a perda de direitos sociais e a paralisia do investimento, além de continuar a distribuir renda, estimulando o crescimento e o emprego, mantendo investimentos em infraestrutura.

Política externa

A presidenta aproveitou a tribuna para destacar a inserção do Brasil, com a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul – o chamado bloco dos Brics, que neste ano fundou banco que se torna uma opção para países em desenvolvimento, em contraponto ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), e o Arranjo Contingente de Reservas – cada um dos quais com um aporte de US$ 100 bilhões.
Ela reforçou a posição histórica da diplomacia brasileira em oposição ao uso da força, que considera "incapaz de eliminar as causas profundas" de conflitos internacionais, entre os quais, a presidenta enumerou a Questão Palestina, a Guerra Civil na Síria, o processo de deterioração estatal no Iraque, a crônica insegurança na Líbia desde a queda do regime de Muammar al-Gaddafi, além de conflitos no Sahel e escaramuças internas na Ucrânia.
Conforme esperado, Dilma voltou a defender uma reforma e ampliação do Conselho de Segurança da ONU, uma das bandeiras mais caras à política externa brasileira nos últimos 20 anos. "O Conselho de Segurança tem encontrado dificuldade em promover a solução pacífica desses conflitos. Para vencer esses impasses será necessária uma verdadeira reforma do Conselho de Segurança, processo que se arrasta há muito tempo."
A mudança do clima do planeta foi outro tema sobre o qual a presidenta se debruçou"Necessitamos, para vencê-la, sentido de urgência, coragem política e o entendimento de que cada um deverá contribuir segundo os princípios da equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas."
Créditos: Rede Brasil Atual

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