quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Genoma da mosca dá pistas para cura de doenças

Mosca comum (Thinkstock)

Cientistas sequenciaram o genoma completo da mosca comum e afirmam que as descobertas podem ajudar a descobrir novos tratamentos para doenças que afligem os humanos.
A mosca pode carregar cerca de cem doenças, incluindo problemas que levam à cegueira. Ao comparar o DNA da mosca comum com o da mosca de frutas, a equipe da Universidade de Cornell (EUA) detalhou os genes que fazem esses insetos imunes aos patógenos (organismos causadores de doenças, como bactérias, vírus e fungo) a que estão expostos.

Os cientistas também descobriram o código genético que ajuda a mosca a dissolver dejetos, como fezes. "Informações a respeito desses genes podem nos ajudar a processar dejetos humanos e a melhorar o meio ambiente", disseram o cientista Jeff Scott e seus colegas ao periódico Genome Biology.

Moscas comuns são "perfeitas" para a transmissão de doenças. Elas têm contato regular com carcaças, com lixo e com outros objetos sujos que contêm bactérias, vírus e parasitas. E elas gostam dos mesmos alimentos que nós e, como são muito eficientes em escapar das nossas tentativas de matá-las, têm sempre oportunidades de pousar tanto na nossa comida como em nosso corpo.

Acredita-se que elas carreguem tantos patógenos porque se alimentam de substâncias líquidas ou semilíquidas - muitas vezes fezes. Como estão constantemente se alimentando, elas necessitam eliminar seus próprios dejetos (e os patógenos que carregam) sempre que pousam por mais de alguns segundos. Mas, ao contrário do que acontece com humanos, esse estilo de vida pouco higiênico não faz mal à saúde das moscas.

Scott e sua equipe ficaram interessados em tentar descobrir o porquê disso - e como utilizar essa habilidade em benefício da raça humana.
Eles sequenciaram os genomas de seis moscas fêmeas comuns e os compararam com o da mosca da fruta, a Drosophila melanogaster, para identificar que partes do DNA são exclusivos da mosca comum e poderiam ser estudados mais a fundo. A equipe descobriu que a mosca comum tinha muito mais genes imunes do que a drosófila. E esses genes eram também bem mais diversificados - possivelmente para oferecer ao inseto proteção contra os diversos patógenos que ele carrega.
Créditos: BBC Brasil


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