segunda-feira, 13 de julho de 2015

Ações do Banco Central para segurar dólar custaram R$ 60 bilhões em dois anos

As ações tomadas do Banco Central (BC) para segurar o dólar têm provocado impacto relevante nas contas públicas. Desde julho de 2013, as operações de swap cambial – venda de dólares no mercado futuro – custaram R$ 60,05 bilhões ao governo federal. 
O valor refere-se aos resultados líquidos das operações de swap do Banco Central e são divulgados mês a mês pela autoridade monetária junto com os números de política fiscal. 

O montante foi incorporado aos juros da dívida pública, que até maio tinham somado R$ 408,8 bilhões no acumulado em 12 meses, equivalente a 7,22% do Produto Interno Bruto (soma das riquezas produzidas no país). Desde maio de 2013, quando os Estados Unidos começaram a reduzir as injeções de dólares na economia mundial, o BC voltou a vender dólares no mercado futuro para segurar a cotação da moeda norte-americana. Em agosto daquele ano, o programa tornou-se permanente, com o BC ofertando diariamente contratos de swap. 

A política durou até março deste ano, quando o Banco Central parou de ofertar novos lotes. Desde então, a autoridade monetária passou a rolar (renovar) 70% dos contratos em vigor.
 Apesar da retirada gradual dos contratos, o Banco Central mantém um estoque expressivo de operações de swap, saindo de uma posição zerada no início de 2013 para uma exposição líquida de R$ 356,6 bilhões em maio, segundo os dados mais recentes. O prejuízo de R$ 60,05 bilhões é resultado da diferença entre a valorização média do dólar e a variação dos juros DI, taxas cobradas em transações entre bancos, com valor próximo ao da Selic (juros básicos da economia).

Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o órgão tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto.

Por causa das oscilações mensais no câmbio, até agosto do ano passado, o BC tinha lucrado R$ 18,55 bilhões com a venda de dólares no mercado futuro. A conta reverteu-se a partir do mês seguinte, quando a moeda norte-americana começou a disparar durante a campanha para o primeiro turno das eleições presidenciais. De lá para cá, o BC acumulou prejuízo de R$ 78,6 bilhões com as operações de swap, resultando no impacto final de R$ 60,05 bilhões.
Créditos: Agencia Brasil

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