quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Unesp de Botucatu integra rede paulista de estudos do vírus Zika

O Instituto de Biotecnologia (IBTEC) da Unesp, localizado em Botucatu, por meio do Laboratório Vectomics, coordenado por Jayme Souza Neto, pesquisador do Instituto e professor associado da Universidade de Keele (Inglaterra), foi recentemente integrado à rede paulista de estudos do vírus Zika (ZIKV), formada por vários grupos de excelência com coordenação geral do professor Paolo Zanotto, do ICB/USP.
“A iniciativa é uma força-tarefa sem precedentes, fortemente apoiada pela Fapesp. No IBTEC, meu grupo será responsável por ensaios de infecção de mosquitos com o vírus para estudar as interações moleculares Aedes-ZIKV”, informa Souza Neto.
O IBTEC é uma unidade auxiliar interdisciplinar que dispõe de equipamentos de alto desempenho, como sequenciadores genéticos, microscópios de precisão, instalações avançadas para manipulação de patógenos e infecção de mosquitos vetores e serviço de refrigeração em baixíssimas temperaturas, além de pesquisadores doutores que atuam no local. Esse recurso está disponível a toda a Unesp e a outras instituições, e desde que foi criado há dois anos, tem servido de base para o desenvolvimento de diferentes estudos de mestrado e doutorado. “Temos todo o potencial para ser um centro de referência em inovação, cooperação em pesquisa e transferência tecnológica”, comenta o pesquisador da Unesp.
Sobre o vírus Zika (ZIKV)
O zika vírus foi identificado no Brasil pela primeira vez no final de abril por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pertencente à mesma família dos vírus da dengue da febre amarela, o zika é endêmico de alguns países da África e do sudeste da Ásia. Veja perguntas e respostas sobre a doença:
Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o zika também é transmitido pelo mosquitoAedes aegypti. A prevenção, portanto, segue as mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos usam para se reproduzir, é a principal medida.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. Segundo a infectologista Rosana Richtmann, a boa notícia é que o zika vírus é muito menos agressivo que o vírus da dengue: não há registro de mortes relacionadas à doença. A evolução é benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias.
Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias.
Qual é a diferença entre dengue, chikungunya e zika?
Os vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e levam a sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças têm gravidades diferentes, sendo a dengue a mais perigosa. 
A dengue, que pode ser provocada por quatro sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença é caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.
O chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e morte são muito raras.
Já a febre por zika vírus leva a sintomas que se limitam a no máximo 7 dias e não deixa sequelas. Não há registro de casos de morte provocados pela doença.
O Aedes aegypti pode transmitir mais de uma doença ao mesmo tempo?
Segundo estudos conduzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é possível que um mosquito transmita dengue e chikungunya ao mesmo tempo a um paciente. Ainda não há estudos, porém, que avaliem a possibilidade de o zika vírus ser transmitido simultaneamente aos outros dois vírus.
Quando foi descoberto?
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1947 em um macaco rhesus na floresta Zika, de Uganda. A partir da década de 1950, foram registradas evidências do zika vírus em humanos em países da África e Ásia. Atualmente, há também registro de circulação esporádica do vírus na Oceania e casos importados foram descritos em países como Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália.
Créditos: Notícias Botucatu

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