sábado, 16 de abril de 2016

Brasil amplia lavouras transgênicas

 Enquanto os países desenvolvidos diminuíram a área cultivada com plantas transgênicas entre 2014 e 2015, o agronegócio brasileiro segue ampliando seus investimentos na biotecnologia. Em 2014, as lavouras ocupavam 42,2 milhões de hectares, área que subiu para 44,2 milhões no ano seguinte.
Maior produtor mundial de transgênicos, os Estados Unidos dão sinais de seguir caminho oposto. No mesmo período, reduziram o tamanho de suas lavouras geneticamente modificadas de 73,1 milhões de hectares para 70,9 milhões. Os dados são do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Biotecnologia Agrícola (Isaaa), organização financiada por governos e indústrias.
Em oito dos dez maiores produtores de safras transgênicas, a área plantada permaneceu a mesma. A queda na utilização da biotecnologia foi causada pela desvalorização das commodities, segundo o Isaaa.
"O avanço dessas plantações no Brasil está associado à apropriação de novas áreas, às possibilidades de financiamento e à absurda concentração de terras", diz o agrônomo Leonardo Melgarejo, da Associação Brasileira de Agroecologia.
Outra razão, segundo ele, pode estar nas pressões do mercado consumidor internacional. Em março de 2015, a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde, confirmou que o agrotóxico Round Up (também conhecido como glifosato), fabricado pela Monsanto, é um agente potencialmente causador de câncer e de outras doenças graves, inclusive nos rins.
Como as lavouras transgênicas são resistentes ao veneno e as pragas também tornam-se resistentes, o uso de agrotóxicos, como o glifosato, torna-se cada vez maior.
“No Brasil, ao contrário, não há manifestação expressa de que algo que é apontado como possivelmente cancerígeno não pode ser utilizado livremente, em escala brutal. Ao mesmo tempo que há conhecimento da associação do agrotóxico com o surgimento do câncer, sua aplicação continua sendo incentivada com crédito agrícola", aponta.
De acordo com o agrônomo, a saúde pública, de interesse de todos, não é defendida. "A grande mídia não ajuda e os médicos não se manifestam a respeito."
O Brasil segue também como maior consumidor mundial de agrotóxicos. De acordo com o Relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, do IBGE, a quantidade de pesticidas usados por área plantada no país mais que dobrou de 2000 para 2012, passando de 3 quilogramas por hectare para 7 quilogramas.
Créditos: Rede Brasil Atual

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