sábado, 10 de setembro de 2016

“Vamos completar o ciclo de mudanças estruturais em SP” afirma Haddad

Foto: Paulo Pinto/Agência PT
A cidade de São Paulo precisa levar adiante e concluir uma série de mudanças estruturais iniciadas em 2013, afirmou o prefeito, Fernando Haddad (PT), ao participar de encontro com professores e militantes independentes  Realizado no auditório da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), no centro da cidade, o objetivo do “Ato das universidades” foi responder a perguntas dos participantes, fazer um balanço da gestão e da campanha, a menos de 30 dias do primeiro turno. “E eu quero ganhar esta eleição”, reforçou. 

Para o prefeito, é importante renovar o mandato nas urnas porque as políticas de saúde, habitação, mobilidade urbana, iluminação e direitos humanos passaram por alterações de rumo substanciais. Desviar deste caminho traria danos para a própria população e seria um retrocesso. “Os prejuízos deste tipo de ruptura de políticas públicas trazem prejuízos muito evidentes para a sedimentação daquilo que pode causar uma mudança para melhor na vida da cidade”, argumentou.


Uma interrupção no modelo, em sua avaliação, seria um “tranco”, lembrando que a capital nunca teve dois mandatos consecutivos do Partido dos Trabalhadores, e esta deve ser a primeira vez. “São Paulo nunca sentiu as consequências de um governo mais longo, que promove as mudanças necessárias para a gente mudar de paradigma e enxergar a cidade de outro jeito. A gente tem esta tradição de uma ‘valsa perversa’, com um passo para a esquerda, dois para a direita. Não há quem aguente este ciclo perverso de desenvolvimento”, afirmou.
Para exemplificar, Haddad criticou o “Corujão”, do candidato João Dória ( PSDB), que seria uma parceria com hospitais da rede privada para atender a população durante a madrugada. “Além do absurdo de levar um paciente às duas da manhã para fazer um exame, não existe um modelo de governança para a saúde”.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde criou a Rede Hora Certa, com os Hospitais Dia, conseguindo reduzir as filas para exames, consultas e cirurgias eletivas. O modelo já conta com atendimento durante o dia e a noite, por meio dasUnidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPA 24 horas). São três distribuídas no município.
“Tudo foi pensado para fazer o que mais precisa”, contou o prefeito, ao fazer um balanço da gestão desde 2013. Haddad disse ter assumido a prefeitura em um contexto adverso, quando a economia nacional enfrentava os impactos da crise econômica mundial.
Com a necessidade de reduzir orçamento e sem querer retirar investimentos, a solução foi organizar as contas públicas da cidade. Para isto, dois caminhos foram adotados. O primeiro deles foi a renegociação da dívida pública municipal. O segundo, o combate à corrupção. Com a criação da Controladoria Geral do Município, Haddad conseguiu recuperar R$ 278 milhões que haviam sido desviados da Máfia do ISS. Entre as mudanças da cidade, citou a Paulista aberta aos domingos e o carnaval de rua – “ganhamos uma semana a mais no ano, porque antes todo mundo saía da cidade”.
Lembrou o programa LED nos Bairros, que está trocando a iluminação tradicional por uma mais potente e mais econômica. Começou pelas periferias, mas, até 2018, deve chegar a todas as localidades. Mobilidade urbana foi um dos pontos estratégicos de seu governo. Para melhorar a fluidez no trânsito, foram criados corredores e faixas exclusivas para ônibus. Muitas avenidas que ligam bairros ao centro ou às cidades vizinhas foram duplicadas. Não há quem ande de ônibus e não tenha ganhado tempo, garante.
A gestão ampliou o acesso ao espaço público, priorizado o transporte coletivo, dando espaço a pedestres e ciclistas. Conseguiu também diminuir o número de mortos no trânsito, depois da redução da velocidade em algumas vias. “Todo mundo falava que se aumentasse o número de ciclistas ia aumentar o número de mortos. E aconteceu exatamente o contrário, aconteceram simultaneamente”.
WiFI Livre é um dos programas que não somente levou internet gratuita e de qualidade a praças e parques, como reforçou a apropriação dos espaços públicos pelos cidadãos. Nos direitos humanos, Haddad avalia que foi acertada a criação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, contando com coordenações LGBT, que viabilizou o programa Transcidadania, a de imigrantes, do direito à memória e verdade, que trabalha a recuperação do período da ditadura civil-militar (1964-1988).
São Paulo tem 37% da população composta por negros e pardos, segundo o Censo do IBGE de 2010 – a maior em número de habitantes negros e pardos no Brasil. Haddad foi o primeiro prefeito da história de São Paulo a criar uma Secretaria de Promoção da Igualdade Social. Já entregou dois centros de referência preparados para atender vítimas de racismo, localizados na Vila Maria e em Cidade Tiradentes – até o fim do ano, a cidade ganhará mais unidades em São Mateus e no Centro.
Haddad citou também a edição do livro didático “A História da África”, distribuído nas escolas municipais, com tiragem de mais de 90 mil exemplares, e que será distribuído a 30 mil professores. O livro é uma compilação de uma obra lançada em 2007 pela ONU, reuniundo 350 especialistas na história do continente africano.
“São Paulo é uma cidade com potencial impressionante. Temos que aproveitar este potencial da cidade. Quando me perguntam se São Paulo é uma cidade conservadora. Eu digo que agem sobre São Paulo forças muito conservadoras, mas ela própria já mostrou que gosta de mudanças”, concluiu.
Créditos: Agencia PT

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