terça-feira, 18 de outubro de 2016

Brasil pode retroceder no que avançou em dignidade e autoestima

Existe um patrimônio do ex-presidente Luiz Inácio Lula das Silva em que a Rede Globo e o juiz Sérgio Moro não conseguem mexer: com Lula, o Brasil superou as expectativas de redução das desigualdades e da pobreza extrema e suas políticas alcançaram reconhecimento mundial, inclusive de governos conservadores. A observação é do cientista político Paulo Vannuchi, em comentário na RBA, ontem Dia Internacional de Combate à Pobreza – que mistura o ambiente de perseguição ao ex-presidente, de um lado, e de imposição de um programa econômico por parte de um governo "ilegítimo".
O analista vê um grande risco de o país retroceder no enfrentamento das desigualdades, e chama atenção para possíveis consequências da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que impõe teto de gastos públicos inclusive em áreas essenciais como saúde, educação e programas de transferência de renda. Segundo ele, "a política econômica de Temer-Meirelles está paralisando os avanços conquistados" e pode levar ao descumprimento de outro objetivo das Nações Unidas, que é o Estado não deixar quem saiu da situação de pobreza extrema voltar para ela. “O Brasil pode perder o que avançou em sua dignidade e sua autoestima.”
Integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH-OEA), Vannuchi lembrou que as Nações Unidas, pela primeira vez na história, incluíram o combate à pobreza nas metas dos países. A ONU iniciou os anos 2000 com a introdução dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), que tiveram como uma das oito metas traçadas a redução dos níveis de pobreza no mundo à metade até 2015.
No Brasil, a meta foi alcançada já em 2008 e, em 2015, com menos de 4% da população vivendo na condição de pobreza extrema, o país teve essa condição considerada praticamente erradicada – meta prevista nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, traçados pela ONU para o período 2016-2030. Por Paulo Vannuchi. Foto: RBA.
Créditos: Rede Brasil Atual

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