sábado, 14 de janeiro de 2017

China alerta Trump para o risco de um “confronto devastador”

O porta-aviões chinês ‘Liaoning’ no mar do sul da China, no final de dezembro.
A China não se mostra nada satisfeita com o futuro Governo de Donald Trump, nos EUA. Os meios de comunicação oficiais do país deixaram isso bastante claro nesta sexta-feira. Em uma dura advertência, dirigiram-se a Rex Tillerson, indicado para secretário de Estado, alertando-o para que tome cuidado com o que diz: suas ameaças a Pequim no sentido de bloquear o acesso às ilhas artificiais construídas pelos chineses no mar do sul da China correm o risco de desencadear um “confronto devastador”.

“A hostilidade de Tillerson em relação à China cai muito mal se se materializa”, alerta o jornal China Daily em editorial, após as declarações feitas pelo ex-presidente da Exxon Mobil em sua sabatina para confirmação no cargo feita no Senado dos EUA na quarta-feira. “Esses comentários não merecem ser levados a sério, pois são uma mistura de ingenuidade, miopia, velhos preconceitos e fantasias políticas. Seria um desastre se ele decidisse adotar isso tudo no mundo real”.

O jornal governista acusa o candidato a chefe da diplomacia norte-americana de pouco profissionalismo e de ignorância dos princípios elementares da relação bilateral entre as duas maiores potências do planeta. Se os norte-americanos realmente se propuserem a impedir o acesso às ilhas artificiais, diz o jornal, “abririam o caminho para um confronto devastador entre a China e os EUA”.

Mais beligerante ainda foi o posicionamento do Global Times, que normalmente adota posições bastante nacionalistas em termos de política externa. O jornal fala diretamente na possibilidade de uma “guerra”. “Se a equipe diplomática de Trump definir as futuras relações entre China e EUA como está fazendo agora, é melhor que as duas partes se preparem para um enfrentamento militar”, afirma. 

Tillerson havia comparado a construção das sete ilhotas artificiais chinesas em água sob disputa no mar do sul da China com a “ocupação da Crimeia pela Rússia”, em detrimento da Ucrânia. “Teremos de mandar um sinal claro à China no sentido de que, primeiramente, acabou-se a construção de ilhas e, em segundo lugar, o seu acesso a elas não será mais permitido”, afirmou. 
Créditos: EL País

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