sábado, 28 de setembro de 2019

Número de migrantes no mundo chega a 272 milhões de pessoas

272 milhões de pessoas são migrantes em todo o mundo, segundo o relatório ‘International migrant stock 2019’, um aumento de 51 milhões de pessoas em comparação com 2010. Os dados são da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Europa recebeu a maior quantidade de migrantes internacionais (82 milhões), seguida da América do Norte (59 milhões) e norte da África e Ásia Ocidental (49 milhões).
Cerca de metade dos migrantes internacionais mora em apenas dez países, sendo que os Estados Unidos recebem a maior quantidade de pessoas (quase 51 milhões), o equivalente a 19% do total mundial. Alemanha e Arábia Saudita estão em segundo e terceiro lugares (13 milhões cada um), seguidos pela Rússia (12 milhões), Reino Unido (10 milhões), Emirados Árabes Unidos (9 milhões), França, Canadá e Austrália (cerca de 8 milhões cada um) e Itália (6 milhões).
Em relação aos países de origem, a Índia é o país com mais pessoas vivendo no exterior, com 18 milhões, seguida por México (12 milhões), China (11 milhões), Rússia (10 milhões) e Síria (8 milhões). Para acessar os dados, clique aqui. Por Isabela Alves. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Governo vai cobrar imposto sobre férias, 13º, hora extra e acordo trabalhista

Governo espera arrecadar R$ 20 bilhões com tributação de férias,13%, hora extra e acordo trabalhista. 

Segundo a nova lei, os valores de acordos trabalhistas não poderão ser mais declarados apenas como indenizatórios se também houver questões de natureza remuneratória envolvidas, o que inclui férias, 13º salário e horas extras.


Jair Bolsonaro sancionou uma lei na última sexta-feira (20) que muda a cobrança de imposto sobre valores recebidos por trabalhadores em acordos trabalhistas, sejam judiciais ou não. A medida afeta benefícios como férias, 13º salário e horas extras. O objetivo é acabar com a prática de estabelecer todo o valor negociado como indenização, como danos morais, prêmios e bonificações , uma medida comum para fugir da cobrança de impostos, como contribuição previdenciária e Imposto de Renda.

Segundo a lei 13.876, aprovada em agosto pelo Senado e em setembro pela Câmara, os valores de acordos trabalhistas não poderão ser mais declarados apenas como indenizatórios se também houver questões de natureza remuneratória envolvidas, o que inclui férias, 13º salário e horas extras. Com a proposta, as verbas só podem ser classificadas como indenizatórias caso o pedido original se refira exclusivamente a verbas dessa natureza. (Editado).
Crédito: Brasil 247 

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Brasil é o 5º país que mais mata crianças e adolescentes no mundo

O Brasil é um dos cinco países no mundo com os maiores índices de homicídios contra adolescentes. No período de 2006 a 2015, cerca de cem mil meninos e meninas foram vítimas de homicídios no país. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Em 2015, 11.403 crianças e adolescentes de 10 a 19 anos foram assassinados no Brasil. Deste total, 10.480 eram meninos. O número de homicídios no Brasil é maior do que em países que são afetados por conflitos, como Síria e Iraque. Durante o mesmo período, 7.607 meninos morreram na Síria por conta da guerra. Já no Iraque foram 5.513 mortes.
O relatório Índice de Homicídios na Adolescência (IHA, 2014) aponta, ainda, que, se a situação continuar desta maneira, 43 mil adolescentes de 12 a 18 anos serão mortos no Brasil entre 2015 e 2021.
Também de acordo com o relatório, o Nordeste é a região mais violenta do país. Fortaleza é a cidade com os maiores índices de homicídios de adolescentes (10,94 para cada mil adolescentes), seguida de Maceió (9,37). Foto: Arquivos Reuters.

sábado, 21 de setembro de 2019

Com saída da Petrobrás, Nordeste perderá mais de 30 mil empregos

O fechamento de todo o sistema Petrobras nos estados do Nordeste, como parte do processo de privatização da empresa defendido pelo governo neoliberal de Jair Bolsonaro (PSL) vai gerar a demissão de 11.075 trabalhadoras e trabalhadores diretos e mais de 20 mil terceirizados. Juntos, eles representam 18% do total da mão de obra da estatal no Brasil.

Só na Bahia, a Petrobras anunciou na semana passada a demissão de 2,5 mil terceirizados e a transferência para o Sul de 1,5 mil efetivos que trabalham no prédio da administração da estatal em Salvador.

Num efeito cascata, a perda dos postos de trabalho na Bahia e nos outros estados vai afetar ainda mais o comércio e a geração de empregos no Nordeste, Região que vem sofrendo com a falta de investimentos da Petrobras desde 2015, quando o golpe de estado que destituiu a presidenta Dilma Rousseff no ano seguinte começou a ser gerado.

De acordo com dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), os investimentos no setor de petróleo e gás na Região caíram de R$ 63,4 bilhões entre 2011 e 2014 para 8,7 bilhões, entre 2014 a 2017.

O resultado foi uma queda de mais de 100 mil empregos no Nordeste, desde 2015, só no setor de petróleo e gás, segundo Rodrigo Leão, diretor-técnico do Ineep.

“O grosso dos empregos está na expansão, em obras. E como é mais fácil para uma empresa comprar uma refinaria já pronta, sem precisar construir outra, a perspectiva é que não haja retomada do emprego no setor", analisa Leão, que complementa: “Algumas empresas chinesas que vêm avaliando a instalação de novas refinarias no Maranhão podem perder o apetite de novos investimentos porque é mais interessante comprar uma refinaria já pronta, produzindo”.

Preços de derivados de petróleo podem aumentar na região

O fechamento da Petrobras no Nordeste pode também contribuir para o aumento nos preços dos derivados de petróleo, como diesel e gasolina, segundo o diretor-técnico do Ineep.

“Hoje a Petrobras produz e refina o petróleo. O custo de produção, de extração é chamado ‘ custo de transferência’, porque a empresa não precisa comprar a matéria prima, barateando o refino e da venda ao mercado. Mas, uma empresa não produtora para fazer o refino vai ter de comprar o petróleo pelo preço internacional e sai mais caro”, explica Rodrigo Leão.

“Mesmo que seja um aumento na bomba de apenas R$ 0,10, para um caminhoneiro o custo será alto na hora de encher o tanque de diesel”.

Outra questão financeira preocupante com a saída da estatal da região, segundo Leão, é o rombo no caixa em muitos municípios que recebem royalties pela passagem do petróleo em dutos até as refinarias.

Ele explica que nas cláusulas dos royalties constam que os municípios cortados por dutos recebem 5% do valor da quantidade do petróleo que passa por eles.

Já há redução nessa quantidade. Quem recebia por 100 barris diários, por exemplo, pode hoje estar recebendo por 50.

E com a venda das refinarias o quadro pode piorar, pois o novo dono, se quiser, vai comprar petróleo da Arábia Saudita ou de outro país, e pela lei internacional, o valor vai para o país produtor. Ou seja, o dinheiro dos royalties vai ficar para um país estrangeiro.

O diretor-técnico do Ineep critica ainda o fechamento da área de fertilizantes. De acordo com ele, o produto derivado do gás tem um mercado gigantesco e isto contrabalanceia os efeitos das oscilações do preço de refino quando o valor do petróleo cai no mercado internacional.

“O Brasil vai começar a produzir gás a preço mais baixo, e não faz sentido econômico a venda dessas refinarias. A agricultura, por exemplo, importa 75% de fertilizantes e com o fechamento da Fafen [fábrica de fertilizantes] passará a importar 90%. E, além disso, os refinos de petróleo e gás são importantes para o setor de plásticos”, afirma.

FUP promete luta

Para o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, a decisão de fechar a Petrobras no Nordeste é política porque a empresa em todo o país fechou com lucro líquido de R$ 29 bilhões, no ano passado. Além disso, vai na contramão de petrolíferas estrangeiras que estão integrando a cadeia produtiva e não focando apenas numa área.

“Os que criticam o fato da Petrobras ser estatal, fingem não perceber que os interessados nos ativos da Petrobras são estatais da China e da Noruega. Mas, o que eles querem é vender. Não encontrou investidor fecha. Já fizeram com a Fafen em Camaçari, na Bahia e com a usina de combustíveis em Quixadá, no Ceará”, conta o dirigente da FUP.

A Federação listou três vias de luta contra o fechamento da Petrobras: via judicial, política e diálogo com a sociedade civil organizada.

Deyvid explica que a FUP e sindicatos petroleiros entraram com uma série de ações jurídicas impetradas no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público (MP), para barrar o processo de privatização, porque alguns modelos de venda desrespeitam a Constituição, e a própria visão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu que empresas criadas por lei somente podem ser vendidas com aval do Congresso Nacional. Porém, subsidiárias já existentes poderiam ser vendidas sem processo licitatório como ocorreu com a BR Distribuidora.

“No caso das refinarias estão criando empresas subsidiárias, deslocando ativos para essas subsidiárias para abrir capital e vender 100% das ações, burlando a decisão do STF”, conta Bacelar.

A via política está sendo feita com apoio de parlamentares, que criaram uma Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, com a adesão de mais de 200 deputados federais e 40 senadores. Também estão sendo criadas frentes nas Assembleias Legislativas de vários estados.

Já o diretor-técnico do Ineep Rodrigo Leão, avalia que a união dos governadores da região é fundamental para evitar o processo de venda da Petrobras na região.

Ele destaca a “Carta de Natal”, do último dia 16 de setembro de 2019, em que os governadores, no âmbito do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável  reunidos na capital do Rio Grande do Norte redigiram o documento em que manifestam sua profunda preocupação com os atuais sinais de drástica redução da presença da Petrobrás na região.

Já a terceira via é dialogar com a sociedade civil organizada e deixar claro que privatizando a Petrobras perdem a União, estados e municípios e quem paga a maior parte da conta será a população, com o aumento no valor dos derivados do petróleo.

Bacelar avalia que é preciso a união de todos os trabalhadores de estatais ameaçadas pelo processo de privatização desencadeado pelo ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, com apoio de Bolsonaro, para evitar o desmonte do Estado brasileiro.

“Nosso papel sindical é discutir com as demais categorias que compõem as empresas prestes a serem privatizadas e nos unir contra o desmonte do Estado brasileiro, para que não somente a Petrobras, mas as demais estatais não sejam destruídas”, diz o dirigente da FUP .

Todo o sistema Petrobras no Nordeste é composto por:

-Campos de produção em terra e mar

-Duas fábricas de fertilizantes (uma já fechada em Sergipe) e outra na Bahia em processo de fechamento.

-Quatro refinarias, sendo: Landulfo Alves (Relan), na Bahia, Lubnor, no Ceará, Clara Camarão (RPPS), no Rio Grande do Norte e Abreu Lima, em Pernambuco.

-Terminais marítimos e terrestres, termoelétricas

-Usinas de biocombustíveis no Ceará e Bahia

-Empresa de gás, Liquigás

-BR Distribuidora

Petrobrás anuncia novo plano de demissão

No processo de desmonte para facilitar a venda da estatal, a Petrobras vem colocando em prática planos de demissões. Está em andamento, desde maio último,  o Plano de Demissão Voluntaria (PDV) para funcionários já aposentados e aposentáveis, com expectativa de adesão de 7 mil funcionários   Há poucos dias, a empresa anunciou um novo plano de demissão com nome diferente, o Incentivo de Demissão Voluntária (IDV), com menos vantagens financeiras e assistenciais ,como a manutenção do plano de saúde por um maior período, mas de acesso irrestrito para qualquer trabalhador aderir. A ideia da direção da empresa é que outros 7 mil funcionários façam a adesão ao IDV.

“Além do PDV e do IDV, as transferências para outros estados não tem garantias, pois o gerente executivo de gestão de pessoas da Petrobras, Claudio Costa, anunciou que não vai caber todo mundo”, conta Bacelar. Por Rosely Rocha. (Editado).
Créditos: CUT

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Reforma deixará milhões sem proteção previdenciária

Em sessão de debates temáticos para debater a reforma da Previdência (PEC 6/2019) em plenário especialistas convidados pelos parlamentares contrários à proposta do governo Bolsonaro demonstraram as inconstitucionalidades, inconsistências e os riscos contidos no projeto que ameaçam diminuir as garantias de proteção previdenciária aos cidadãos mais pobres do Brasil.

Na avaliação do economista Eduardo Fagnani, uma reforma do sistema previdenciário não pode desconsiderar a dramática realidade do mercado de trabalho brasileiro. Fagnani reconheceu a necessidade de ajustes periódicos nas regras previdenciárias, mas apontou que o projeto do atual governo parte de um diagnóstico “intencionalmente equivocado”.

“Parte-se de uma ideia errada de que temos um sistema previdenciário único e que todo sistema está contaminado por privilégios. Isso não é verdade. O Brasil tem 12 milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados, 14 milhões de trabalhadores subocupados, 40 milhões de trabalhadores informais e 55 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Esse enorme contingente de brasileiros já não contribui para a Previdência mesmo com as regras atuais e dificilmente terá proteção previdenciária na velhice”, alertou.

Já o economista Eduardo Moreira citou recente estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no qual aponta que as recentes tendências de austeridade fiscal têm colocado em risco aquele que é o objetivo final de qualquer sistema de seguridade social.

Diz o estudo da OIT: “As recentes tendências de austeridade ou consolidação fiscal estão afetando a adequação dos sistemas de pensão e as condições gerais de aposentadoria. (…) Os países devem ser cautelosos ao elaborar reformas para garantir que os sistemas de pensão cumpram sua missão de fornecer segurança econômica aos idosos”. [tradução livre]

Moreira citou quatro pontos cruciais que necessitam ser alterados pelo Senado na PEC 6 e que, se aprovados, podem representar a perda da segurança previdenciária de milhões de brasileiros da noite para o dia. São eles: as mudanças no pagamento do abono salarial, endurecimento das regras para pagamento de pensão por morte, adoção de idade mínima para aposentadorias especiais e exigência de tempo mínimo de contribuição para homens.

“Estamos falando da proteção daqueles que, quando não tem mais a quem pedir ajuda, tem somente a ajuda do grupo. E é essa a definição de nação. Se em algum momento deixarmos desassistidos nossos irmãos que vivem nas condições mais difíceis não deveríamos mais ter o direito de chamar esse País de nação”, destacou Moreira.

O ex-ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini e a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, defenderam como alternativa ao projeto de reforma da Previdência do governo Bolsonaro a tributação de grandes fortunas.

Segundo Fattorelli, a aprovação de dois projetos que tratam da tributação de grandes fortunas e do fim da isenção sobre lucros e dividendos seria capaz de gerar R$ 1,25 bilhão em dez anos. O montante é R$ 250 milhões a mais do que o ministro da Economia garante de economia com a reforma.

“Precisamos tributar corretamente os bilionários, os latifundiários, os banqueiros para que possamos ter dinheiro para fazer as políticas públicas que o Brasil precisa. O que gera emprego não são regras trabalhistas ou previdenciárias frouxas. O que gera emprego efetivamente é o investimento, o planejamento governamental para, a partir de investimentos públicos, atrair investimentos privados”, disse Berzoini.
Créditos: ptnosenado.com

domingo, 15 de setembro de 2019

A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio

A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. Isso representa cerca de 800 mil pessoas por ano. Os dados são do relatório Suicide in the world – Global Health Estimates, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No período de 2010 a 2016, a taxa global de suicídios caiu 9,8%, com quedas que vão de 19,6% na região do Pacífico Ocidental a 4,2% na região do Sudeste Asiático. A região das Américas foi a única que registrou aumento (6%). Segundo a OMS, uma das justificativas para esse aumento foi o maior acesso a armas de fogo.
79% dos suicídios ocorreram em países de baixa e média renda (onde 84% da população mundial vive), mas a taxa de suicídios foi maior em países de alta renda (11,5 suicídios para cada 100 mil habitantes). A taxa global de suicídios em 2016 foi de 10,5 para cada 100 mil pessoas.
A pesquisa também aponta que a taxa global de suicídios foi maior entre homens (13,7 a cada 100 mil) do que entre mulheres (7,5 a cada 100 mil). Outro dado é que 51,1% dos casos de suicídio ocorreram antes dos 45 anos de idade.
O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. Entre as mulheres nessa faixa etária o suicídio é a segunda maior causa de morte, ficando atrás de condições maternas, e entre os homens é a terceira causa, ficando após acidentes de trânsito e violência interpessoal.
Entre as principais maneiras de prevenção ao suicídio estão a restrição de acesso a meios que levem ao ato, cobertura responsável da mídia sobre o tema, implementação de programas para que os jovens saibam lidar com estresse e frustração, identificação precoce e o acompanhamento de pessoas em risco de suicídio. Para ler o relatório completo (em inglês), clique aqui. Por Isabela Alves. Imagem: 247.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Produção industrial caiu 2,5% em julho

A produção industrial recuou em sete dos 15 locais pesquisados em julho deste ano em relação a igual mês do ano passado, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção do Estado de São Paulo, maior parque industrial do País, registrou perda de 2,7% no período. O desempenho negativo ocorreu apesar do efeito calendário favorável: o mês de julho de 2019 teve um dia útil a mais do que julho de 2018.
As demais quedas ocorreram no Espírito Santo (-14,2%), Pernambuco (-10,2%), Região Nordeste (-7,9%), Minas Gerais (-6,5%), Bahia (-5,6%) e Mato Grosso (-3,2%).

Houve avanços no Paraná (4,8%), Rio de Janeiro (4,8%), Pará (3,4%), Goiás (2,1%), Ceará (1,9%), Rio Grande do Sul (1,8%), Santa Catarina (1,4%) e Amazonas (0,3%). Na média global, a indústria nacional teve redução de 2,5% em julho de 2019 ante o mesmo mês de 2018, segundo o IBGE.

A Fiesp, federação das industrias de São Paulo, foi uma das grandes patrocinadoras do golpe institucional no país, tendo sua campanha com os patos infláveis tornado-se simbólica do golpismo. Porém, essa fração da burguesia se vê excluída da atual política econômica, que prioriza a subordinação das empresas nacionais ao capital estrangeiro, além do irresponsável incentivo ao agronegócio, em prejuízo inclusive ao meio ambiente. Assistimos a um crescente processo de reprimarização da economia, que vem acompanhado dos cortes a pesquisa e desenvolvimento tecnológico, tornando o país ainda mais atrasado e dependente na divisão do trabalho mundial.

As principais vítimas dessa política de desindustrialização são os trabalhadores, que sofrem com o fechamento das plantas das fábricas, como foi o caso da Ford em São Bernado do Campo e da gráfica RR Donnelley. A desindustrialização alimenta a alta taxa de desemprego. Contra o fechamento das fábricas e a demissão de milhares de operários é necessário a mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus postos de trabalho. Foto: 247.
Créditos: Esquerda Diário

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Desmonte do SUS pode levar Brasil à barbárie social

O Brasil teve a oportunidade de experimentar por três décadas a construção de um sistema universal de saúde baseado na ideia de que esse é um direito de todos e um dever do Estado. Mas, após três anos de um golpe parlamentar que em 31 de agosto destituiu definitivamente Dilma Rousseff da Presidência da República, essa construção corre grave risco e pode levar o país a uma situação de barbárie social.
Ministro da Saúde do segundo governo Dilma, entre 2014 e 2015, o médico Arthur Chioro lembra que o Brasil foi o único país com mais de 100 milhões de habitantes que ousou colocar na Constituição, em 1988, esse direito, com a criação do Sistema Único de Saúde.
“Entre 2003 e 2015 tivemos a oportunidade de viver esse processo de expansão, com cobertura de mais de 70% da atenção básica em saúde”, diz, lembrando programas como o Saúde da Família, o Mais Médicos. “Setenta e três milhões de brasileiros que viviam em condições mais adversas, nas periferias das grandes cidades, região semiárida, na região Amazônica, aldeias indígenas, assentamentos, nunca tinham tido contato com uma equipe completa.”
Obras dos governos petistas, a expansão da atenção básica coincidiu com a ampliação da assistência farmacêutica, a criação de programas como o Brasil Sorridente (odontológico), a implantação dos serviços de Samu, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, em todo o Brasil.
“O resultado concreto é que, graças ao SUS, o brasileiro vive mais, houve diminuição da mortalidade infantil e materna, da mortalidade por causas evitáveis. Se o brasileiro vive mais e melhor, ele deve fundamentalmente à criação de um sistema universal, para todos”, avalia Chioro.
Mas, uma das primeiras áreas atingidas pelo golpe, a saúde acabou vendo sua evolução orçamentária paralisada pela Emenda Constitucional 95. Promulgada pelo Congresso Nacional quatro meses após a destituição da presidenta Dilma, a emenda conhecida como PEC da Morte estabeleceu um teto de gastos válidos por 20 anos.
Com isso, o montante que vinha tendo aumentos mais ou menos expressivos desde 2004 – cresceu 18,54%, em 2012 – chegou a 2019 com um ínfimo acréscimo de 0,23%. A situação deve piorar muito e continuamente até o ano de 2036, segundo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). A projeção do orçamento para o setor, sob a barreira do teto de gastos, indica perda que deve chegar a R$ 1 trilhão até 2036, em relação ao que seria investido na saúde de acordo com o previsto pela Constituição Federal.

“E o que é mais perverso é que tanto o governo Temer como o governo Bolsonaro têm utilizado a ‘sobra’ de recursos obtida pela fragilização de programas como a Farmácia Popular, pelo não cumprimento dos gastos previstos no programa Mais Médicos, pela diminuição da oferta de vacinas e medicamentos de alto custo, exatamente para fazer pagamento de emendas parlamentares com as quais têm sido literalmente compradas as reformas trabalhista e da Previdência”, denuncia Chioro.
“E a gente ainda é obrigado a ouvir o discurso de que a relação com o Congresso mudou e o governo Bolsonaro não faz a política do ‘toma lá e dá cá’. É literalmente uma política do ‘tira da população brasileira’ para honrar o processo de desmontagem da estrutura de proteção social que esse país construiu ao longo de décadas”, critica o médico sanitarista.
A Emenda Constitucional 95 é tão absurda que quanto maior o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, maior a perda de recursos para cuidar da saúde da população. Pela regra anterior ao teto de gastos, a saúde seguiria correspondendo sempre a 15% do orçamento geral. Mas com o teto, se o PIB tiver crescimento, os investimentos em saúde não acompanham, porque a lei prevê a correção do orçamento no máximo pela inflação.
A mesma situação ocorre com o investimento per capita em saúde. Nos governos petistas, o Brasil avançou de um investimento em saúde por pessoa de aproximadamente R$ 420, em 2008, para R$ 519, em 2016. A projeção do Ipea indica que chegaríamos a 2025 com R$ 632 per capita, e em 2036 com R$ 822. Mas o teto de gastos impede essa evolução e vai fazer o país reduzir o gasto per capita em saúde para R$ 411 em 2036. Menos do que era investido em 2008.
Os programas de atendimento à população mais pobre estão entre os mais atingidos. Após 16 anos de expansão contínua, a Estratégia Saúde da Família (ESF), modelo de atendimento que a equipe de saúde vai à casa das pessoas e atua de forma territorializada, teve sua primeira redução de atendimento. Em 2019, o ESF perdeu 836 equipes, deixando de atender 2,2 milhões de pessoas. A equipe completa, mencionada pelo ex-ministro Chioro, é multiprofissional, composta por médico e enfermeiro especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS).

“Estudo publicado em 2018 já antecipava o impacto que a EC 95 teria sobre municípios e estados. Mantida a ordem das coisas, chegaremos em 2022 com estados e municípios tendo de honrar, para manter a atual rede existente, 70% dos gastos com saúde e isso é impossível”, relata o ex-ministro. “O que nós já estamos observando é progressivamente a incapacidade de manutenção da operação cotidiana do sistema de saúde.”
A destruição do programa Mais Médicos, cujos profissionais cubanos deixaram os locais de trabalho no final de 2018, após uma série de ataques e mentiras difundidas pelo presidente Jair Bolsonaro, é um exemplo desse descaso. Cerca de 28 milhões de pessoas ficaram sem atendimento após a saída dos 8.476 médicos cubanos de 1.575 cidades. Locais esses que passaram a não ter nenhum médico, já que brasileiros não aceitaram ir para esses municípios nos editais abertos posteriormente.
“Os governos Temer e Bolsonaro entregam aquela receita do Banco Mundial, do Consenso de Washington que tinha sido desenhada 1993. No caso da saúde era uma medicina pobre para os pobres. Ao invés de uma atenção primária de qualidade, uma atenção primitiva”, compara.

Para Chioro, a volta do surto de sarampo tem a ver com a incapacidade do Estado brasileiro. “Não tem nada a ver com a Venezuela, com diz o governo. Mas com a vergonhosa postura do Ministério da Saúde de não coordenar as ações necessárias de enfrentamento da circulação do vírus do sarampo.”
Quando era ministro, lembra o médico, o Brasil viveu situação parecida, mas com desfecho completamente diferente. A visita de estrangeiros não vacinados ao país reintroduziu o sarampo no Recife e em Fortaleza. “Num esforço muito grande, envolvendo o governo federal, estados e municípios, nós tivemos capacidade de enfrentar e resolver o problema”, afirma.
“Temos hoje mais de 2 mil casos de sarampo, óbitos acontecendo, de uma doença da qual tínhamos obtido o certificado de erradicação. É um exemplo da recrudescência, da reemergência de problemas que estão diretamente relacionados à falta de investimento, à desmontagem do SUS, à desorganização, ainda que o discurso seja de ficar colocando a culpa no passado. Uma postura irresponsável porque fragiliza e coloca em situação de altíssima vulnerabilidade toda população brasileira”, ressalta Chioro.

O ex-ministro da Saúde explica que o SUS sempre enfrentou a situação de subfinanciamento, ou seja, de ter menos recursos do que necessita. “Desde a instauração do golpe podemos afirmar que vivemos uma situação de desfinanciamento”, compara.
“É de uma perversidade inaceitável”, lamenta. “Mas na lógica desses liberais conservadores que instalam uma nova ordem no país a partir do golpe, a diminuição dos gastos públicos objetiva aumentar os lucros do sistema financeiro e aumentar o percentual da população brasileira que terá de buscar no mercado o provimento de suas necessidades.”
Chioro afirma que mesmo países capitalistas – como Canadá, Reino Unido, Itália, Espanha, França, países escandinavos  – reconheceram ao longo da história que o Estado tem papel fundamental no atendimento à saúde. “Aqui se pretende fazer o mesmo caminho desastroso que os Estados Unidos, Chile, Colômbia fizeram. E demonstram com indicadores péssimos, com incapacidade de atender às necessidades das pessoas, um caminho de transformar de vez a saúde em mercadoria.”
Assim, avisa o médico, o país caminha para a barbárie. Em um contexto de recessão econômica, de perda dos contratos formais de trabalho que permitiam acesso aos planos coletivos de saúde, não haverá capacidade financeira da população para o pagamento dos serviços de saúde. “Toda essa situação condenará milhões e milhões de brasileiros à desassistência”, avalia. “Por isso, tenho uma convicção baseada em evidências, estudos que vêm sendo feitos não só por nós da Unifesp, mas por pesquisadores em todo o país, de que nós caminhamos aceleradamente para uma situação de barbárie com a desmontagem das políticas públicas, entre elas a do Sistema Único de Saúde.” Por Rodrigo Gomes e Cláudia Motta, da RBA. (Editado).
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Governo corta orçamento do Minha Casa, Bolsa Família e Fies

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reduziu o orçamento de ações voltadas à população mais vulnerável e de medidas que buscam reduzir as desigualdades no país em 2020. Entre os programas afetados estão o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o Fies. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

O maior corte será no Minha Casa Minha Vida. A previsão para o programa habitacional caiu de R$ 4,6 bilhões, em 2019, para R$ 2,7 bilhões na projeção do próximo ano. Com isso, o programa terá o menor orçamento da história.
De 2009 a 2018, a média destinada ao programa habitacional era de R$ 11,3 bilhões por ano. O programa foi a principal iniciativa nos últimos anos para tentar reduzir o déficit habitacional. Mas vem sofrendo sucessivos cortes diante do desequilíbrio nas contas públicas.
Com isso, o Minha Casa Vida pode seguir a diretriz estabelecida para o PAC, que não vai mais receber novas obras. Permanecem em execução somente as já contratadas.
A proposta de Orçamento do governo afeta também o Bolsa Família, que transfere renda para famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. (Editado).
Créditos: Correio 24h

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Senado aprova trabalho aos domingos e feriados sem pagamento de horas extras

O Senado ao aprovar a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, transformada no Projeto de Lei de Conversão (PLV) 21/19, liberou o trabalho aos finais de semana e feriados, sem pagamento de horas extras, o que era antes proibido por leis específicas.

Agora cabe à Presidência da República, ocupada por Jair Bolsonaro (PSL), decidir se veta ou não a proposta aprovada pelos senadores. Caso seja sancionada, as categorias mais prejudicadas com a medida serão os professores, comerciários e bancários, já que a MP trata da abertura de agências bancárias aos sábados, a possibilidade de professores ministrarem aulas aos domingos e a abertura do comércio nos finais de semana e feriados.
Créditos: CUT