O suco de toranja – também chamada de grapefruit – é conhecido por ter perigosas interações com vários remédios controlados, mas uma nova pesquisa mostra que, na verdade, ele parece potencializar o efeito benéfico de um promissor medicamento usando no tratamento de câncer.
Pesquisadores da University of Chicago Medicine descobriram que um copo de suco de toranja melhorou tanto a absorção corporal de rapamicina, um potente fármaco, que foi possível reduzir sua dosagem em um terço e atingir o mesmo efeito de uma dose completa.
Além disso, a dose mais baixa produziu muito menos efeitos colaterais nos pacientes. Se esse mesmo mecanismo puder funcionar em remédios semelhantes – algo que os pesquisadores acreditam ser possível –, médicos poderiam receitar outros fármacos em doses mais baixas, reduzindo efeitos colaterais e economizando dinheiro.
Coquetéis de frutas e drogas
Durante a pesquisa, os pesquisadores, liderados por Ezra Cohen, especialista em oncologia da University of Chicago Medicine, aproveitaram as mesmas propriedades farmacológicas que tornam o suco de toranja tão ameaçador quando tomado com medicamentos controlados.
O suco de toranja inibe certas enzimas nas paredes intestinais que, de outra forma, retardariam a entrada de muitos medicamentos na corrente sanguínea. Com as enzimas bloqueadas, esses medicamentos se movem livremente e com mais rapidez pela corrente sanguínea, podendo afetar o sangue com níveis perigosos e até tóxicos de medicamentos.
Entre esses medicamentos estão estatinas para reduzir o colesterol, muitas drogas psiquiátricas como Valium e Zoloft, analgésicos como a metadona e outros, incluindo a rapamicina.
A rapamicina, também chamada de sirolimus, era originalmente usada como medicamento antifúngico. Após a descoberta de que esse fármaco é também um poderoso imunossupressor, ele começou a ser usado para prevenir rejeições em transplantes de órgãos, especialmente de rins. Recentemente mostrou-se que a rapamicina retarda a disseminação de certos tumores, particularmente os cerebrais e sanguíneos incuráveis.
WSCOM.
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