Nos últimos dois anos, 730 pessoas morreram na Paraíba, vítimas de câncer de pulmão. Foram 281 óbitos em 2010, outros 279 em 2011 e 170 só nos primeiros oito meses de 2012, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). A principal causa dessa mortalidade é o tabagismo, responsável por mais de 90% dos tumores no pulmão.
Para combater essa dependência, especialistas estão intensificando ações educativas, nesta semana, para conscientizar a população. As atividades são alusivas ao Dia de Combate ao Fumo, que será comemorado amanhã.
Na lista das dez cidades paraibanas que mais registram mortes por câncer de pulmão em 2011 estão João Pessoa (77), Campina Grande (37), Santa Rita (13), Sousa (12), Bayeux (6), Cabedelo (6), Patos (5), Cajazeiras (4), Malta (4) e Coremas (3).
De acordo com os registros feitos até agora pela SES, parte desse ranking deverá se manter em 2012. Das 170 mortes ocorridas na Paraíba nos últimos oito meses, 36 foram em João Pessoa; 25 em Campina Grande; 11 em Patos; sete em Cabedelo; outras sete em Sousa; duas em Santa Rita e outras duas em Bayeux.
Dos quase 3,8 milhões de habitantes da Paraíba, 435.988 são fumantes, segundo estimativas da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O número corresponde a 11,4% do total da população. Só em João Pessoa, existem cerca de 83.204 moradores que não conseguem se libertar do cigarro, de acordo com o Ministério da Saúde.
Para reduzir essa incidência, equipes da Secretaria Municipal de Saúde realizaram uma ação de combate ao tabagismo, ontem, em João Pessoa. Os trabalhos se concentraram no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), instalado no bairro do Rangel.
Médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais se reuniram para alertar os moradores sobre os danos causados pelo cigarro. Hoje, a partir das 8h, a campanha será em frente à sede da SMS, no bairro da Torre. Já amanhã, as atividades serão no Busto de Tamandaré, na orla da praia de Tambaú, a partir das 7h.
Ontem, além de realizarem palestras, foram feitos exames em fumantes ativos e passivos, para verificar se as substâncias tóxicas contidas no cigarro já causaram algum prejuízo ao organismo das pessoas. “Apesar do tabagismo afetar principalmente o próprio fumante, as pessoas que estão em volta e que respiram a fumaça também são acometidas e podem ficar com a capacidade respiratória prejudicada”, explicou a chefe do Serviço de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Rogéria Thelly Diniz.
Segundo ela, as pessoas que desejam parar de fumar podem buscar ajuda em um programa desenvolvido na cidade, em parceria com o Ministério da Saúde. Para isso, basta procurar um dos cinco Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais), localizados nos bairros de Jaguaribe, Mandacaru, Cristo Redentor, Rangel e Mangabeira.
Nesses locais, a população encontra equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, além de medicamentos para combater a dependência da nicotina. Após fazer um diagnóstico do caso, os profissionais iniciam o tratamento, pode incluir sessões psicológicas, acompanhamento médico, uso de medicamento e até utilização de gomas de mascar e de adesivos que inibem o desejo de fumar.
“Inicialmente, os pacientes são submetidos a sessões de terapia, porque o objetivo do programa é ajudar o fumante a largar o cigarro, sem ajuda de medicamentos. Mas se isso não for possível, o médico pode prescrever os remédios. Todos os serviços são oferecidos gratuitamente e em sigilo. Entre 2006, quando o trabalho começou, até 2011, já prestamos assistência a 1.475 pessoas. Destas, 685 deixaram de fumar”, destaca Rogéria.
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