Comandante vitorioso no Corinthians e no Grêmio, responsável por tirar ambos da Série B e levá-los a títulos, Mano Menezes era a segunda opção para substituir Dunga, que comandou o Brasil na frustrante eliminação diante da Holanda, nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Muricy Ramalho, primeiro a ser convidado, recusou a proposta para seguir no Fluminense.
Ele estreou na seleção deixando claro que confiava em Paulo Henrique Ganso e Neymar, rejeitados por Dunga apesar da pressão popular. Na primeira partida, diante dos Estados Unidos, em 11 de agosto de 2010, obteve uma vitória convincente. Na ocasião, iniciou seu trabalho escalando: Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Paulo Henrique Ganso; Robinho, Alexandre Pato e Neymar.
Depois foram mais duas vitórias, sobre Irã e Ucrânia, até que os tropeços começassem. Para fechar 2010, uma derrota para a Argentina de Messi, com Ronaldinho Gaúcho sendo testado. Na sequência, um tropeço diante da França que reforçou as dúvidas sobre o trabalho de Mano Menezes.
Na preparação para a Copa América de 2011, vitórias magras sobre Escócia e Romênia e um empate contra a Holanda, que veio a Goiânia praticamente de férias. Temendo a demissão, o treinador resolveu chamar antigos figurões e convocou Júlio César, Lúcio e Elano para disputar a competição continental.
Mas o desempenho do Brasil na Copa América foi vexatório. Com Robinho jogando no meio, e Alexandre Pato e Neymar no ataque, a seleção foi mal. Empatou com a Venezuela e com o Paraguai e só venceu o Equador. Nas quartas de final, eliminação nos pênaltis diante dos paraguaios, com o vexame de os quatro batedores errarem suas cobranças.
Em agosto, um tropeço diante da Alemanha novamente fez Mano Menezes balançar no cargo. Mas novamente veio o respiro, com vitórias sobre Gana, Costa Rica, México, Gabão e Egito, além do título do Superclássico das Américas. A política de amistosos contra times fracos acabou dando sobrevida ao treinador.
O ano de 2012 começou com uma vitória sobre a Bósnia-Herzegovina e, pouco depois, Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF. O novo presidente, José Maria Marin, assumiu com uma postura diferente do antecessor, condicionando a continuidade do trabalho de Mano Menezes a resultados.
Depois disso, a seleção venceu Dinamarca e Estados Unidos, mas voltou a decepcionar diante de adversários melhores, perdendo do México e da Argentina. Mas como eram amistosos de preparação para a Olimpíada e muitos jogadores sub-23 participaram das partidas, o peso dos resultados foi menor.
Em Londres, não pode-se dizer que a seleção de Mano Menezes decepcionou. A equipe venceu cinco jogos com tranquilidade, sempre marcando três gols. Mas, na final, todo o favoritismo foi por água abaixo na derrota para o México, por 2 a 1. O lateral-direito Rafael, que errou no primeiro gol mexicano, acabou sendo responsabilizado e não foi mais convocado.
Novamente Mano Menezes estava na berlinda e a vitória por 3 a 0 sobre a Suécia não ajudou muito. Em setembro, em São Paulo, vaias da torcida pela atuação contra a África do Sul, salva por um gol de Hulk no final que deu a vitória magra à seleção. Poderia ser a chave para a demissão do treinador, mas quatro dias depois uma goleada de 8 a 0 sobre a China, com uma atuação irrepreensível no Recife, deu novo gás ao técnico.
Uma semana depois, só com jogadores que atuam no País, a seleção venceu a Argentina em Goiânia. Em outubro, com a volta de Kaká, a seleção passou fácil por Iraque e Japão, resultados que pareciam garantir a permanência do treinador até a Copa das Confederações. Além disso, o time começava a ficar com uma cara, tanto que os 11 titulares vinham sendo mantidos.
Mas os resultados das duas últimas quartas-feiras mudaram tudo. Primeiro o empate contra a Colômbia manteve o tabu. Sob o comando de Mano Menezes, a seleção não ganhou de ninguém melhor ranqueado. No seu último jogo, o Brasil, novamente só com jogadores que atuam no País, perdeu para a Argentina em Buenos Aires, em uma partida sonolenta. O título do Superclássico até veio, nos pênaltis, mas o resultado no campo acabou falando mais alto para a cúpula da CBF.
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