Os Estados Unidos darão US$ 250 milhões (cerca de R$ 502 milhões) aos rebeldes sírios, além de expandir sua ajuda militar, declarou o secretário de Estado americano, John Kerry, ao final da reunião dos "Amigos da Síria", em Istambul, na Turquia.
A ajuda, no entanto, não incluirá o envio de armas letais, mas entre o grupo de países que apoiam as forças que se opõem ao presidente sírio Bashar al-Assad estão países ocidentais e árabes, e entre eles a França e a Grã-Bretanha, que defendem o envio de armamentos.
O chanceler britânico, William Hague, disse que a União Europeia (UE) deve discutir nas próximas semanas afrouxar o embargo de vendas de armas à Síria, em uma alusão a uma possível abertura para o envio direto de armamentos aos rebeldes.
"Esta é uma discussão que temos que ter na UE nas próximas seis semanas. Nós e a França dissemos que haverá uma forte defesa à suspensão do embargo, ou formas de alterá-lo", disse.
Hague acrescentou que a oposição síria deu os sinais mais claros até o momento de que está comprometida com a busca por uma solução democrática à crise no país.
Compromisso
Em declaração após o término da reunião na Turquia, o Conselho Nacional Sírio (CNC), a principal força de oposição no país, disse que rejeita firmemente "todas as formas de terrorismo" e indicou que todas as armas que possa vir a receber das potências ocidentais e árabes não cairão em mãos erradas.
Todos os países participantes da conferência disseram que deverão priorizar a comunicação e envio de ajuda à cúpula militar dos oposicionistas após este compromisso com a comunidade internacional. Mesmo assim, as potências ainda relutam em enviar armamentos aos rebeldes.
Após seis horas de conversas, a liderança da oposição síria deixará Istambul sem obter o que mais queria - o envio de ajuda militar específica, incluindo ataques com aviões não tripulados (drones) contra alvos militares do regime e a criação de uma zona de exclusão aérea em regiões de fronteira, diz o correspondente da BBC James Reynolds, que acompanhou a reunião.
"Os 'Amigos da Síria' disseram não. E assim, ao contrário, a oposição vai embora com promessas de mais apoio não letal. O governo (do presidente americano Barack) Obama evitou deliberadamente enviar armas à oposição, por medo de que os armamentos acabem nas mãos de grupos inspirados na rede Al Qaeda", acrescenta.
As declarações chegam um dia após o Alto Comissariado para Refugiados das Nações Unidas ter alertado que até o final do ano mais da metade da população síria precisará de ajuda internacional – quase 10 milhões de pessoas. Atualmente 6,8 milhões já se encontram nesta situação.
Além disso, o número de refugiados deve chegar a 3,5 milhões até o fim do ano, indicou Antonio Guterres, alto comissário de refugiados da ONU, acrescentando que todos os dias mais de 8 mil pessoas fogem do país.
A guerra civil síria, que entra em seu terceiro ano, já deixou mais de 70 mil mortos, disse ainda em fevereiro a alta comissária das Nações Unidas para direitos humanos, Navi Pillay.
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