Todos os dias, fazem o bate-e-volta em veículos fretados. Eles têm perdido aulas e passado a noite dentro dos ônibus, na beira da estrada, por força de bloqueios.
As medidas implantadas na nova fase das obras, iniciada em março, são necessárias para detonação de rochas, nivelamento e calçamento das pistas. Na ida, nos fins de tarde, o tempo de viagem aumentou de uma hora e meia para até quatro horas.
O principal drama da viagem é no trajeto de volta ao litoral. Caso não cheguem a determinado trecho até 0h, são obrigados a passar a madrugada parados na estrada.
Entre os km 48 e 57, a rodovia fica totalmente fechada nos dois sentidos, das 0h às 4h30, de segunda a sexta.
Ao final da noite, os alunos precisam sair correndo, ainda com aulas em andamento, para evitar o bloqueio. Nem sempre conseguem.
O motorista Antonio Carlos de Mello, que conduz estudantes para universidades do Vale do Paraíba, conta que desde março já passou a noite no ônibus quatro vezes.Ele diz que num dos trechos não há sinal de celular e os passageiros não conseguem nem avisar os familiares sobre a demora. Os estudantes reclamam também dos prejuízos acadêmicos. A estudante de farmácia Erica Ribeiro, 28, diz que chega atrasada todos os dias e já perdeu três provas.
"Professores não podem abrir exceção. Se não entrar na sala antes do primeiro aluno terminar a prova, não posso mais fazê-la." O coordenador da União dos Estudantes do Litoral Norte de SP, Hélio Monteiro, diz que os estudantes pedem atraso de meia hora no bloqueio. Os pedidos de mudança foram negados e ele estuda entrar na Justiça.
A Dersa diz que não há como mudar o "pare e siga" para não atrasar a obra. A entrega do trecho de planalto na rodovia é prevista para dezembro. Para o órgão, o horário das interdições foi determinado pelo baixo volume de tráfego e que alterações afetariam o movimento pela manhã.
WSCOM
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