"Ocupação é recente e proprietário conseguiu liminar na justiça para efetivar a reintegração de posse', diz nota da Secretaria de Habitação. Moradores poderão se inscrever em programas
A prefeitura de São Paulo afirmou hoje (11) em nota que as famílias desalojadas durante a manhã de um terreno na Avenida do Cursino, zona sul da capital, terão a opção de ser encaminhadas para abrigos ou se inscreverem em programas da Secretaria de Habitação. Ao contrário do que ocorreu durante reintegração de posse no dia 26 de março, na zona leste da cidade, a administração municipal não interveio em favor dos sem-teto.
A prefeitura argumenta que a ocupação do terreno de 65 mil metros quadrados nas proximidades do Parque Bristol é recente: as famílias que construíram seus barracos no local entraram na área há exatamente um mês, no dia 11 de maio. “A área é de propriedade particular, e o proprietário conseguiu liminar na Justiça para efetivar a reintegração de posse logo após a ocupação”, diz a nota. “As pessoas já haviam sido informadas sobre o atendimento habitacional. Entre 500 e 1,2 mil famílias viviam no terreno, que pertence a uma construtora. Assim que a Polícia Militar retirou os moradores do local, um trator começou a derrubar os casebres de madeira. Alguns sem-teto tentaram resistir ao avanço da tropa de choque, inclusive construindo pequenas barricadas, mas foram repelidos por bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.
À Agência Brasil, o advogado das famílias, André Araújo, explicou que a determinação da reintegração de posse foi expedida pela 3ª Vara Civil do Fórum Regional de Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Segundo ele, uma parte do terreno, de 6,5 mil metros quadrados, foi declarada de interesse social e servirá para a construção de moradias populares. “Mas essa liminar também determinou que a prefeitura fizesse o atendimento de todas as famílias”, comentou, informando que uma parte dos sem-teto deve fazer uma pequena manifestação em frente a prefeitura para cobrar auxílio às pessoas despejadas.
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