Segundo o cenário mais provável, os EUA realizarão um ataque de mísseis limitado contra a Síria. Esta é a opção menos cara, tanto do ponto de vista de reputação, como do ponto de vista financeiro. Eis o comentário do Centro de Pesquisa Social e Política russo Vladimir Yevseev:
“Os Estados Unidos podem realizar o primeiro ataque de uma distância não acessível à defesa aérea síria. Presumo, em primeiro lugar, mísseis de cruzeiro Tomahawk, cujo alcance é de até 1.600 quilômetros. Esses mísseis podem ser lançados tanto desde navios de superfície, bem como desde submarinos nucleares multiúso do tipo Los Angeles.”
A Síria tem capacidades limitadas de proteção de instalações importantes deste tipo de armas. Primeiro de tudo, podemos falar de complexos russos do tipo Tor ou Buk. Há que entender, no entanto, que neste caso estamos falando não de defesa aérea, mas de defesa antimísseis.
Além disso, para atacar a Síria podem ser usados mísseis de cruzeiro lançados do ar, baseados em bombardeiros estratégicos. Este ataque será bastante difícil de repelir. Mas se subsequentes ataques de mísseis e bombas serão realizados por forças aéreas navais, se se tratar de garantir a supremacia no ar, talvez a Síria poderia contrapor algo. Podem ser tanto meios de defesa aérea, como a limitada aviação que a Síria tem.”
O editor executivo da Revista Militar Independente Viktor Litovkin também diz que a defesa aérea da Síria é capaz de causar danos bastante significativos à aviação inimiga:
“A Síria tem um potencial bastante forte de defesa aérea. Ele é baseado em sistemas de produção russa e soviética. Desde complexos S-125, S-200 e até complexos TOR-M1, BUK-M1, Pantsir-S1, capazes de lutar tanto contra caças e bombardeiros, como contra mísseis de cruzeiro. InclusiveTomahawks. Mas, evidentemente, o potencial norte-americano é muito superior ao potencial do exército sírio.”
Por outro lado, os soldados sírios têm o espírito de luta. Assim, quando os representantes da Síria falam de uma arma milagrosa, eles têm em mente, provavelmente, o potencial humano. Embora só a vontade de vencer não seja suficiente na guerra moderna, há que admitir, no entanto, que o exército sírio está muito mais motivado do que o norte-americano. Eis o comentário do diretor do Centro de conjuntura estratégica Ivan Konovalov:
“O exército sírio provou em dois anos de guerra que não simplesmente sabe lutar, mas ainda não perde a capacidade de aprender em combate. Em tempos, ele foi preparado para enfrentar o exército israelense. E a maior parte dele esteve concentrada nas colinas de Golã. Ele não foi treinado para operações policiais ou luta contra guerrilheiros e terroristas. No entanto, em dois anos ele aprendeu isso.
Além disso, o exército sírio mostrou boa resistência. Soldados sírios não estão fugindo, continuam a lutar. Embora este não seja um exército grande, não tem uma reserva móvel muito grande.”
Agora Obama está ganhando tempo. Ele está sendo empurrado para a guerra por circunstâncias e não por um desejo ardente de guerrear. A verdade é que o uso do poder militar norte-americano certamente pode mudar o equilíbrio de poder na Síria. Mas isso não vai resolver os principais conflitos históricos, étnicos, religiosos que alimentam este conflito.
VOZ DA RÚSSIA |
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