Presidenta responde “aos que apostaram” no aumento do desemprego, na inflação e em crescimento negativo, afirma que o pior do cenário econômico já passou e vê pactos pós-manifestações avançando.
A presidenta Dilma Rousseff comemorou resultados econômicos alcançados nas últimas semana e afirmou que o governo precisa ter humildade para entender o direito da população de reclamar e de se manifestar, autocrítica para reconhecer que o país que ainda precisa melhorar muito seus serviços públicos. Mas assinalou que há muitos avanços a serem observados.
Em dez minutos do tradicional pronunciamento, além do breve balanço geral apresentado, Dilma endereçou alguns recados específicos. Ao colunismo econômico, reafirmou que a economia está firme e, apesar do cenário internacional adverso, cresceu no primeiro semestre mais que os ricos EUA, Alemanha e que os concorrentes emergentes, como México e Coreia do Sul. “Nosso tripé de sustentação continua sendo a garantia do emprego, a inflação contida e a retomada gradual do crescimento”, disse, acentuando que “falhou” quem apostou o contrario.
A presidenta também alinhou-se ao clima de manifestações instalado para o 7 de setembro, ao falar em humildade e autocrítica do governo para reconhecer a precariedade dos serviços públicos e o direito das pessoas de protestar. As palavras escolhidas dão entender que vai também um recado aos órgãos de imprensa que carregam nas notícias negativas na tentativa de minar a aprovação do governo. “Não podemos aceitar que uma capa de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos anos”.
Mesmo lembrando mais o tom confiante de pronunciamentos feitos antes de junho, Dilma incorporou o ambiente pós-onda de protestos. “Estamos aprofundando os cinco pactos para acelerar melhorias na saúde, na educação e no transporte, e para aperfeiçoar a nossa política e a nossa economia”, listou. Mas foi direta, logo na abertura da fala, aos que tentam se apropriar do clima com vistas a influenciar as eleições de 2014: “Hoje, nosso Grito do Ipiranga é o grito para acelerar o ciclo de mudanças que, nos últimos anos, tem feito o Brasil avançar. O povo quer, o Brasil pode e o governo está preparado para avançar nesta marcha”a
Houve ainda um recado para o Congresso Nacional, no que diz respeito às preferências da presidente em torno do balaio de propostas e torno de um reforma política. Dilma foi categórica em defender o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) elaborado por parlamentares do PT, PCdoB, PSB, e PDT e que obteve mais de 180 assinaturas, o bastante para ser entregue na Diretora da Câmara na semana passada para poder tramitar. O projeto prevê plebiscito em torno de temas caros aos movimentos sociais, como o fim do financiamento privado de campanhas.
Créditos Rede Brasil Atual
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