A poluição da atmosfera deve-se em grande proporção à China, cuja industrialização custa muito caro para a humanidade. O gigante asiático é responsável por 27% das emissões de gases produzidos por queima de combustíveis fósseis. O país está desenvolvendo o setor de energia nuclear, que produz o mínimo de emissões de gases de efeito estufa, e aumenta importações e a produção própria de GNL, mas isso, evidentemente, não é suficiente, acha Serguei Pikin, diretor da Fundação de Desenvolvimento Energético:
"A China é o principal contaminador por seguir consumindo até à data enormes quantidades de carvão produzido no país. Os ritmos de crescimento do setor nuclear e de utilização de outras fontes de energia são incomparáveis com os ritmos de construção de usinas elétricas movidas a carvão. A China precisa de energia, de muita energia barata. É um fato irrefutável nos próximos anos."
Cerca de 10% das emissões de gases de efeito estufa são produzidas pela União Europeia. Os países da UE não se cansam de enfatizar que eles lideram a vanguarda das novas políticas ambientais e seguem uma linha de descarbonização da indúsrtia energética europeia, ou seja, reduzem o uso de carvão na geração de energia. Por outro lado, na UE verifica-se ao mesmo tempo um aumento das importações de carvão e as usinas movidas a carvão trabalham a todo vapor. Na UE dá-se uma situação verdadeiramente paradoxal. De acordo com Serguei Pikin, apesar das declarações pró-ambientais, o quadro real tem pouco a ver com a proteção do meio ambiente:
"Após a Alemanha ter decidido fechar as usinas nucleares e a proporção das fontes de energia renováveis se aproximar da marca de 10%, tornaram-se, com certeza, indispensáveis as capacidades geradoras básicas. E essas capacidades geradoras básicas são justamente as usinas movidas a carvão. A energia "verde" é dispendiosa, a energia nuclear se vai embora. Nessa situação, é preciso obter, seja como for, uma fonte de energia elétrica que tenha um preço aceitavél para a indústria europeia. É exatamente por isso que se faz uma opção pelo carvão americano mais barato. Presentemente, os Estados Unidos utilizam gás de xisto em quantidades cada vez maiores."
De forma que o comportamento real da União Europeia contradiz as políticas que ela mesma proclama, opina o especialista.
O relatório dos cientistas britânicos prevê que os gases de efeito estufa podem fazer com que a temperatura no nosso planeta se eleve em 4,5 graus originando um aquecimento global. No entanto, esta é uma previsão demasiado pessimista, fez notar em entrevista telefônica desde Varsóvia Alexei Kokorin, diretor do programa "Clima e Energia" do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês):
"O mais provável é que a economia vá se desenvolver de acordo com um "cenário verde", mas um aumento de 2,5 a 3 graus é garantido. Quatro graus e meio já é um exagero, se não nos referimos à temperatura da camada de ar adjacente à superfície. É que 90% da energia térmica e cinética do sistema climático da Terra estão concentrados no oceano."
Nessa situação, assinala o especialista, o que é preciso monitorar não é a temperatura do ar, mas sim a do oceano. Se esta última não aumentasse, não se trataria de nenhum aquecimento global. Mas a temperatura do oceano sobe, embora não tão rápido como a temperatura do ar.
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