A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo vai propor a convocação do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer para depor em pelo menos uma de duas comissões da casa, a de Infraestrutura ou a de Transportes e Comunicações. Durante as investigações sobre o esquema de cartel e corrupção envolvendo contratos de multinacionais com o metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos(CPTM), o executivo afirmou ter documentos que mostram o envolvimento de tucanos de alta patente com o propinoduto, entre eles três secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB): Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos).
Também foram citados o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o deputado estadual Campos Machado (PTB) e o ex-tucano Walter Feldmann, hoje um dos principais aliados da ex-senadora Marina Silva em São Paulo. Tanto quanto Marina, Feldmann ingressou no PSB após a Justiça Eleitoral negar registro à Rede de Sustentabilidade, por falta de assinaturas.
As denúncias de corrupção perpassam os governo Mario Covas, José Serra e Alckmin, tucanos que mandam no estado de São Paulo desde 1995.
De acordo com o deputado estadual Alencar Santana (PT), os petistas vão apresentar o requerimento de convocação nos dois colegiados para aumentar as chances de aprovação.
“Somos minoria nas duas comissões, a vantagem na de Infraestrutura é que temos a presidência.” Santana preside este colegiado, enquanto a Comissão de Transportes é comandada pelo deputado João Caramez (PSDB).
Para o parlamentar, a expectativa é que a bancada do governador tente dificultar ao máximo as convocações, diferentemente da ocasião em que Jurandir Fernandes depôs em sessão conjunta de ambas as comissões, em 24 de setembro passado. “Eles viram que as coisas acontecem nessas sessões de depoimentos. Agora, que são citados, vão tentar ao máximo obstruir”, prevê.
Santana diz também que o partido continua pedindo o afastamento dos secretários de Alckmin supostamente envolvidos nas denúncias, o que vem fazendo desde agosto. Ontem, 21, no Palácio dos Bandeirantes, o governador declarou que não vai afastar nenhum dos secretários citados. “Não tem sentido fazer afastamento se não tivermos acesso aos documentos.”
‘”O que é prova para ele? A condenação? O acordo de leniência não vale? As denúncias públicas e os indícios não valem? Se ele diz que quer apurar, que quer transparência, os secretários têm de ser afastados para ter transparência, pois os supostamente envolvidos podem atrapalhar as investigações”, diz Santana.
O parlamentar considera fundamental o afastamento de Jurandir Fernandes de Transportes Metropolitanos e Mário Manoel Rodrigues Seabra Bandeira, diretor-presidente da CPTM, que ocuparam as mesmas pastas na primeira gestão de Alckmin, entre 2001 e 2006.
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