Um adolescente de 14 anos voltou a enxergar após fazer um transplante de células tronco em uma clínica escola da Paraíba. O paciente é morador do distrito de Galante, na Zona Rural de Campina Grande, no Agreste do Estado, a 180 quilômetros de João Pessoa.
O tratamento do adolescente foi feito em três cirurgias, sendo que na última das intervenções foi feito um transplante de células-tronco da córnea do olho saudável. O médico que realizou o tratamento, Diego Gadelha, informou que o último procedimento trouxe excelentes resultados e a recuperação física e, consequentemente emocional do paciente. A visão do jovem está retornando aos poucos e ele diz que antes sentia muita dor e via tudo branco com o olho acidentado. Hoje, ele diz que consegue identificar as pessoas e vem sentindo que está melhor a cada dia.
A mãe do adolescente, a agricultora Elizângela Félix, contou que o filho ajudava o tio no carregamento de soda cáustica quando um dos baldes bateu em um ferro e a substância derramou caindo sobre o olho dele. A agricultora contou, ainda, que levou o adolescente ao Hospital de Trauma da Campina Grande e que teria recebido a informação de que o filho tinha perdido o olho.Ela disse que foi encaminhada pelo Hospital de Trauma de Campina Grande para a Clíníca Escola da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba que em parceria com o Hospital da Visão realizou o tratamento do rapais.
O médico Diogo Gadelha informou que o tratamento desenvolvido através de parceria entre a FCM e Hospital da Visão existe há dois anos. Este é do segundo paciente que passou pelo transplante de células tronco com resultados positivos.No primeiro caso, um jovem perdeu a visão de um dos olhos após um acidente com cal e voltou a enxergar após utilizada a técnica.Ele disse que não tem conhecimento sobre o uso desse tipo de transplante na Paraíba. "É uma técnica inovadora em que são retiradas do limbo da córnea algumas células tronco que têm a capacidade de se renovar.
Elas são retiradas do olho saudável e implantadas no olho doente. Isso faz com que ocorra uma recuperação da transparência da córnea e o paciente volta a enxergar", explicou.O especialista disse que essa técnica é aplicada especificamente para quem perdeu a visão por causa de problemas na córnea causados por queimadura química. Quando o acidente acomete só um dos olhos, o transplante é feito das células tronco do olho saudável.No caso da queimadura química atingir os dois olhos, Diogo Gadelha explicou que o transplante pode ser feito de um doador que seja pai ou mãe do paciente ou ainda um parente em primeiro grau.O tratamento é aberto a todos os pacientes que necessitem. Ele informou que as pessoas podem procurar a clínica escola da FCM, em Campina Grande, para casos de encaminhamentos através do SUS ou o Hospital da Visão, quando tratar-se de encaminhamento particular ou através de convênios com planos de saúde.
Créditos:Portal Correio
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