O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, considerou a decisão de aplicar "sanções individuais" a responsáveis por violações de direitos humanos na Ucrânia, "positiva" e "eficaz". "São sanções individuais, dirigidas às pessoas responsáveis por violações de direitos humanos ou atos de violência. Não são sanções contra o povo da Ucrânia, não são sanções contra a Ucrânia – achamos que isso seria contraproducente, o povo ucraniano já tem sofrido bastante nos últimos meses", afirmou Maçães.
A crise política na Ucrânia começou no final de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de aprofundamento das relações com a Rússia.
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira (18), a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança. Os confrontos provocaram mais de 90 mortos, dos quais 70 apenas nesta quinta-feira, segundo médicos que apoiam os manifestantes. Também no confronto desta quinta, 67 policiais foram feitos reféns pelos manifestantes. O Parlamento da Ucrânia decidiu hoje proibir a operação "antiterrorista" anunciada quarta-feira (19) pelos serviços de segurança e dirigida contra manifestantes extremistas e radicais. Dos 238 deputados reunidos em sessão extraordinária da Rada (Parlamento ucraniano), apenas dois se recusaram a votar pela proibição da operação, que foi aprovada por nove votos.
A operação foi anunciada pelo chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia, Alexandr Yakimenko. As ações cobririam todo o país e poderiam contar com a participação do Exército. Yakimenko não especificou a natureza das medidas previstas. Pouco antes, o Ministério do Interior anunciou que armas de guerra tinham sido entregues às forças de segurança e a polícia admitiu usar balas reais. No campo diplomático, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que vai enviar à capital, Kiev, a pedido do presidente ucraniano, um representante para participar de mediação com a oposição. Putin, a chanceler alemã, Angela Merckel, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacaram, a necessidade de “encontrar, o mais rapidamente possível, uma solução política para a crise na Ucrânia”. Segundo nota divulgada após conversas telefônicas entre os três líderes, “o banho de sangue deve cessar”. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, da Alemanha e da Polônia estão em Kiev tentando conseguir o fim dos confrontos. Após reunião, no entanto, Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição na Ucrânia, disse que ainda não há acordo para a saída do país da atual crise. O chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, disse no Twitter que "foram realizados progressos" nas negociações, mas ressaltou que "persistem importantes divergências". *Com informações da Agência Lusa.
Créditos: Agencia Brasil
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