A prefeitura de São Paulo irá acionar as polícias Civil e Federal para investigar as motivações da ação de trabalhadores de empresas de ônibus que prestam serviço na cidade ao promover uma paralisação do serviço durante todo o dia de ontem (20). Para a administração de Fernando Haddad (PT), o ato foi “anormal”. A prefeitura quer saber se parte do sindicato ou empresas de ônibus estão envolvidas na organização do protesto.
A gestão paulistana irá preparar um dossiê apontando que chaves de ônibus foram jogadas no lixo depois de os veículos terem sido estacionados em vias públicas, por exemplo, e o Ministério Público deve mover uma ação civil pública, afirmou o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, durante entrevista coletiva convocada no final desta tarde. “Vamos tomar todos os cuidados para que não aconteça de novo.”
Haddad afirmou que ontem havia sido informado que os sindicato dos trabalhadores e patronal haviam chegado a um acordo em relação ao reajuste de salários, fato que chegou a ser comemorado. Mas, hoje, motoristas e cobradores da empresa Santa Brígida, que atuam principalmente nas zonas oeste e norte da capital, iniciaram a paralisação por volta das 9h50 da manhã.
Diversos ônibus foram estacionados em corredores, afetando também as linhas que não são atendidas pela empresa. Os terminais Pirituba, Cachoeirinha, Santana e Casa Verde, na zona norte; Pinheiros, na zona oeste, e Princesa Isabel, Amaral Gurgel, Bandeira e Mercado no centro; Lapa, Barra Funda, Butantã, na zona oeste; e Sacomã, na zona sul, ficaram paralisados.
Corredores como o da rua da Consolação, das avenidas Nove de Julho e General Olímpio Silveira, e o largo do Paissandu, no centro, ficaram tomados por coletivos estacionados. Segundo a prefeitura, a Polícia Militar será acionada para ajudar na retirada dos veículos da rua.
Pelo menos 230 mil usuários foram atingidos. Para Haddad, a ação foi “inapropriada e inadmissível”. Segundo o prefeito, o ato foi realizado de “surpresa”, sem que sequer uma reivindicação fosse apresentada.
A administração municipal e o próprio sindicato dizem não saber que grupo iniciou a ação. “Foi uma penalização para a população injustificável e inadmissível. Como você tem uma atitude dessa sem sequer anunciar quem você é e qual a sua motivação, contrariando a própria direção do sindicato, o que é mais incomum ainda? Às vezes o trabalhador se insurge contra o patrão, às vezes contra o poder público, mas contra a direção do sindicato, sem se apresentar, dessa maneira, é uma coisa muito inusual”, afirmou Haddad. “Daí a necessidade de levar as informações para as autoridades para que possam investigar e possam ajudar para que isso não se repita.”
Créditos: Rede Brasil Atual
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