Cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP avaliaram os efeitos do diabetes tipo 1 na composição e estrutura da matriz extracelular (MEC) uterina durante o desenvolvimento embrionário. Segundo a professora Telma Zorn, do Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do ICB-USP, a gestação em mulheres diabéticas deve ser vista como um problema de saúde pública. “Há muitos casos de restrição do crescimento intrauterino,abortos, malformações e partos prematuros consequentes da gravidez em mulheres portadoras de diabetes”, observa a professora.
Os experimentos para este estudo pioneiro foram realizados nos laboratórios do ICB utilizando um modelo animal de diabetes tipo 1 desenvolvido pelo grupo, em fêmeas de camundongos. Os resultados foram publicados na revista internacional Placenta em sua edição de nº 34, tendo uma de suas imagens na capa da revista. Sob a orientação da professora Telma Zorn, o biomédico Rodolfo Favaro avaliou, em sua tese de doutorado, três grupos de animais com diabetes tipo 1 induzida. Um deles, com a doença entre 50 e 70 dias, outro entre 90 e 110 dias, e um terceiro grupo, sem a doença, que serviu como controle.“Uma das principais contribuições do estudo foi demonstrar, experimentalmente, a relação direta entre a duração do diabetes e o desenvolvimento de alterações celulares e moleculares no útero, que levam às complicações da gravidez por essa doença”, observa o biomédico, que hoje integra o programa de pós-doutorado no grupo da professora Telma.
Favaro explica que, no grupo com maior tempo de diabetes tipo 1(90/110 dias) houve redução significativa no número de embriões e no desenvolvimento da decídua. Formada durante a gestação, a decídua situa-se na interface materno-fetal e interage diretamente com o embrião, sendo, portanto, essencial para a sua implantação, desenvolvimento e proteção imunológica.
Créditos: EBC
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