Numa terra em que dizer que as coisas estão "quentes" é sempre uma referência aos políticos, hoje o clima seco e o calor pegaram desprevenidos os brasilienses – que sofrem há dias com a falta de chuva do período e com a baixa umidade do ar. Mas nada comparado a esta quinta-feira (18), quando no início da tarde, os termômetros marcaram 40 graus em alguns pontos da cidade e 18% de umidade relativa do ar. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, existem 25 incêndios florestais nas imediações do Distrito Federal. Situação semelhante só foi observada em Brasília cerca de 20 anos atrás.
A onda de calor prejudicou as atividades da capital do país e levou escolas públicas e privadas a fechar no início da tarde. No Congresso Nacional, alguns locais estão funcionando sem o número completo de aparelhos de ar-condicionado ligados, em razão do período de recesso branco, o que fez com que vários gabinetes também dispensassem seus servidores. Em alguns ministérios e repartições públicas, o expediente foi encerrado mais cedo como forma de possibilitar menos transtornos nos horários de volta para casa.
Estado de alerta
A madrugada desta quinta-feira foi a mais quente do ano, com temperatura mínima de 20,9 graus. A cidade passa por sucessivos recordes de calor desde segunda-feira, tidos como dias mais quentes. Ontem, foram registrados 33,1 graus. A maior temperatura antes disso, em Brasília, tinha sido o dia 31 de outubro de 2012, quando foram registrados 33,7 graus – ultrapassada com os quarenta graus registrados há pouco.
O índice de umidade preocupa as autoridades em relação ao aeroporto porque se trata da região onde tal percentual se encontra mais baixo, em razão dos focos de incêndio existentes nas áreas próximas, explicou o meteorologista Antônio Catão.
As altas temperaturas, a facilidade de combustão da vegetação típica do cerrado nesta época e as queimadas feitas por alguns agricultores ainda por cima provocaram, nos últimos oito dias, cenas inusitadas na capital do país, como o surgimento de animais da mata em chácaras e mansões localizadas nos Lagos Sul e Norte (bairros de classe alta do Distrito Federal) e nas regiões administrativas (antes chamadas de cidades-satélite).
O caso mais estranho e que assustou os moradores se deu no domingo, quando uma cobra sucuri de quase cinco metros foi encontrada numa fazenda em Luziânia, na região de entorno entre Goiás e o Distrito Federal. Informações veiculadas no jornal Correio Braziliense são de que o animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e será devolvido ao mato em breve. Foi parar lá para fugir do fogo, por conta de um incêndio no Parque Nacional de Brasília.
A secretaria de Defesa Civil do governo do Distrito Federal declarou que o quadro é de estado de alerta. Estão deslocados, na operação de combate aos focos de incêndio, 300 bombeiros, divididos em vários grupos, e dois helicópteros. Os moradores das áreas rurais próximas a estes focos também estão ajudando no controle do fogo.
Créditos: Rede Brasil Atual
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