Prefeitos de cidades da região metropolitana de São Paulo querem aprovar nos legislativos municipais uma lei comum para o uso racional da água, que será sugerida pela própria Sabesp, como afirmou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante a última reunião deste ano do Conselho da Cidade, realizada na sede da prefeitura, no centro da capital paulista. A região metropolitana de São Paulo é composta por 39 cidades, das quais 33 são abastecidas pela Sabesp.
Segundo Haddad, os prefeitos haviam acordado a proposta durante uma reunião conjunta, realizada há dois meses. Desde então, eles esperam que a Sabesp entregue uma minuta com os principais pontos que embasarão a lei, o que ainda não ocorreu. São Paulo enfrenta neste ano a pior crise hídrica de sua história, devido ao clima seco e à não execução de obras de expansão e modernização do Sistema Cantareira por parte do governo Alckmin.
“Estamos na expectativa de a Sabesp nos encaminhar uma minuta de posturas municipais, como ficou combinado há 60 dias, mas ainda não a recebemos. Os prefeitos das regiões metropolitanas estão dispostos a encaminhar para as Câmaras Municipais a mesma minuta”, disse Haddad. “O ideal é que seja proposta da própria Sabesp, para que seja mais fácil a tramitação.”
O prefeito não respondeu se manteria uma possível sugestão da Sabesp de multar os usuários que desperdiçassem água. A proposta chegou a ser anunciada por Alckmin em abril deste ano. “Eu não posso pensar abstratamente. É preciso receber a proposta e ver o que a Sabesp imagina como postura para os municípios”, disse. No entanto, durante sua fala na reunião do Conselho das Cidades, Haddad afirmou que duvida que “multas para quem lave a calçada resolvam um problema de milhões de metros cúbicos.”
Na reunião, os conselheiros municipais aprovaram e entregaram ao prefeito uma carta aberta com 35 propostas para auxiliar o município na crise da água. O documento deixa claro que não tem o objetivo de “tirar a responsabilidade do governo do estado, que se omitiu frente à crise anunciada, mas sim enfrentar a iminente possibilidade de desabastecimento de água que estamos vivendo.”
Como propostas emergenciais, a carta propõe decretar estado de emergência, para que seja possível mobilizar mais recursos para a crise hídrica, solicitar à Sabesp um plano de contingência, garantir o abastecimento de água em equipamentos de saúde, educação e em asilos, apresentar uma listagem de poços da cidade, oferecer linha de crédito para compra de caixas d’água e exigir que os meios de comunicação de concessão pública forneçam informações corretas e completas sobre a crise na água. Como resposta, Haddad convidou os membros do Conselho a formarem um grupo de trabalho permanente para acompanhar o executivo municipal nas discussões sobre a crise da água.
Créditos: Rede Brasil Atual
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