A sensação de insegurança e de violência no Brasil não é injustificada. É o que aponta um levantamento sobre as 50 cidades mais violentas do mundo, organizado peloConselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Criminal, ONG mexicana que divulgou nesta semana o seu sétimo estudo sobre o tema. Com 19 municípios na lista, o que corresponde a 38% do total, o Brasil lidera a triste estatística.
O levantamento leva em conta as taxas de homicídio a cada 100 mil habitantes em cidades com mais de 300 mil habitantes. Segundo o presidente do conselho, José Antonio Ortega Sánchez, é preciso que as autoridades brasileiras se atentem a um crescimento da violência no País. No ano passado, 16 cidades do País figuraram no estudo da ONG mexicana. Teresina, Porto Alegre e Curitiba foram as cidades brasileiras que passaram a figurar no ranking em 2014.
“Se o governo brasileiro não acordar para confrontar o problema, reduzir os níveis de impunidade e corrupção, então eles terão um problema muito grave nas mãos”, comentou Sánchez. Nem São Paulo e Rio de Janeiro figuram na lista entre os municípios do Brasil citados, mas o conselho aponta a “forte presença policial” como um fator que conta a favor das duas metrópoles brasileiras.
A cidade mais violenta do mundo segue sendo San Pedro Sula, em Honduras. Lá, a taxa é de 171,20 homicídios por cada 100 mil habitantes. Na sequência aparecem Caracas (Venezuela) e Acapulco (México), com taxas de 115,98 e 104,16 homicídios por cada 100 mil habitantes, respectivamente.
De acordo com o conselho, a violência diminuiu substancialmente em cidades colombianas e mexicanas. O caso de maior redução no número de homicídios foi o de Medelín (Colômbia). Em 2010, Medelín ocupou a 10ª posição no ranking com uma taxa de 82,62 homicídios por cada 100 mil habitantes. Já em 2014, caiu para a posição 49 com uma taxa de 26,91 homicídios por cada 100 mil habitantes: ou seja, ao longo de quatro anos a taxa diminuiu 67%.
Entre os países, o México é o segundo com mais cidades violentas no mundo (10), seguido de Colômbia (5), Venezuela e Estados Unidos (4 cada), África do Sul (3), Honduras (2) e El Salvador, Guatemala e Jamaica (1 cada).
Para quem questiona o levantamento por não ter cidades de países que vivem conflitos bélicos, como Iraque, Síria e Afeganistão, Sánchez diz que não havia dados confiáveis sobre os homicídios nessas nações, por isso elas não foram consideradas. Já os dados do Brasil foram obtidos junto ao Ministério da Justiça e ao Mapa da Violência.
Dos Estados brasileiros, apenas o governo de Goiás tentou desqualificar os números apontados pelo conselho. A ONG mexicana disse que “ocultar a realidade, não ter prioridade na política de segurança, e falta de responsabilidade” são as razões de gestores para não divulgarem dados sobre a violência de maneira transparente.
“Em 2002 ocorreram 430 homicídios em Goiânia. Se esse valor por si só é elevado, se tivesse se mantido no mesmo patamar nos anos seguintes teria gerado 4.730 homicídios entre 2002 e 2012. Mas, na realidade, a cidade teve 5.579 homicídios”, comentou Sánchez, em nota.
Créditos: Brasil Post
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