A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou não ver motivos para ainda existir preconceito contra os programas sociais do governo federal. “Programas eleitoreiros são criados nas vésperas das eleições. O Bolsa Família tem 11 anos de existência. Nossa obrigação é melhorar a vida das pessoas mais pobres, afinal o Brasil tem 500 anos de exclusão”, ressaltou a ministra, durante bate-papo ao vivo com internautas na tarde desta quinta-feira (12).
Para Campello, o fato de muitos países também adotarem programas de transferência de renda mostra a urgência de acabar com o preconceito no Brasil. A ministra lembrou a grande quantidade de beneficiários que estão deixando o Bolsa Família, sinal de evolução e consequência da melhoria de renda.
Promovido pela Agência PT de Notícias, o hangout com perguntas e respostas em tempo real para a ministra durou cerca de uma hora. Para ela, o desenvolvimento das crianças está entre as maiores mudanças que o Bolsa Família trouxe para a vida dos brasileiros.
Campello ressalta que nove milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade fazem parte dos programas sociais do governo federal. “As nossas crianças estão na escola, sem fome e saudáveis”, afirmou. Na comparação entre 2003 a 2013 houve queda de 60% no indicador nacional de desnutrição e as crianças estão mais altas, o que demonstra mais saúde. A ministra também explica que a média nacional do número de filhos por família caiu em 10%. Entre os mais pobres houve queda de 15,7%.
Apesar de enfrentar o quarto ano de seca consecutivo, a região Nordeste em nada se assemelha ao cenário de 11 anos atrás. “Tínhamos populações que invadiam as grandes cidades em busca de água, comida e já não é mais assim”, afirmou a ministra, ao falar sobre os resultados do programa Bolsa Família.
“Um dos maiores avanços foi a saída do Brasil do mapa da fome. Superamos a fome que estava num patamar de 10% e agora está em 1,5%”, enumerou a ministra, enquanto lembrava que o País é um dos maiores produtores de comida do mundo e ainda assim, enfrentava a fome. Segundo ela, três ações principais foram as responsáveis por tirar o Brasil da miséria: aumento de renda, com o aumento do salário mínimo em mais de 70%; geração de 20 milhões de empregos; merenda escolar para 43 milhões de crianças nas escolas públicas.
Mercado de trabalho - Um milhão e 700 mil pessoas do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal fizeram cursos de qualificação profissional nos últimos três anos. O cadastro é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda. Os cursos foram disponibilizados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
“Os beneficiários do Bolsa Família não estão fora do mercado de trabalho. Mais de 70% dos adultos trabalham. Precisamos melhorar a inserção dessas pessoas, com qualificação profissional e educação”, ressaltou.
Próximo passo - Quando perguntada se “o fim da miséria é só o começo, qual o próximo passo?”, a ministra Tereza Campello respondeu que será ampliar a Educação Infantil. “Creches para as crianças mais pobres e o jovem do Bolsa Família em sala de aula”, destacou.
Ela citou que a pobreza no Brasil caiu de 8% para menos de 1%, mas que ainda é preciso fazer mais: melhorar a renda, acesso à energia e água, melhorar a inclusão econômica, o empreendedorismo, abrir mais vagas para o jovem aprendiz, citou a ministra. “É todo um conjunto de ações que chegou na população pobre e ajudou a mudar a cara do Brasil. Queremos que o projeto continue”, concluiu a ministra.
Por Priscylla Damasceno, da Agência PT de Notícias
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