Por Marcela Ayres/Reuters - Brasil abriu 19.282 vagas formais de trabalho em março, em resultado acima das expectativas e que interrompeu três meses consecutivos de declínio, mostraram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira.
Para este mês, a expectativa também é positiva, afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. "O que nos mostram os resultados é que nós começamos uma recuperação e abril certamente será melhor do que março", disse.
Em pesquisa da Reuters, a mediana das projeções de analistas apontava para o fechamento de 25 mil vagas formais em março.
A abertura líquida de vagas no mês passado foi puxada sobretudo pelo setor de serviços (+53.778), sendo também beneficiada por um resultado positivo na administração pública +3.012) e no comércio (+2.684), mostraram os dados oficiais.
Por outro lado, registraram demissões líquidas os setores de construção civil (-18.205), indústria de transformação (-14.683)e agropecuária (-6.281).
Apesar do saldo final em março também ter superado a abertura de 13.117 postos no mesmo mês do ano passado, o desempenho não foi suficiente para reverter a trajetória negativa do emprego formal no país no acumulado do ano.
No primeiro trimestre, houve perda de 64.907 postos, no dado sem ajuste, ante criação de 303.535 vagas líquidas no mesmo período do ano passado, também sem ajuste.
O mercado de trabalho vinha dando sinais de baixo nível de atividade desde dezembro, numa retração da oferta de emprego com carteira assinada que reforçava a dificuldade de recuperação da economia, aumentando as apreensões do governo, num momento de baixa aprovação da administração da presidente Dilma Rousseff.
"No nosso entendimento estamos vivendo uma crise de política que impacta também a economia", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias, acrescentando que os desdobramentos do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras têm prejudicado a criação de postos.
No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego do país subiu a 7,4 por cento, ante percentual de 6,8 por cento verificado no período de três meses encerrados em janeiro, conforme dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no início do mês.
Créditos: Reuters
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