A busca por marcas genéticas que expliquem a depressão é realidade em diversos laboratórios pelo mundo, mas até o momento nada havia sido provado. Porém, um estudo realizado na Universidade de Oxford, e divulgado na publicação científica Nature, pode mudar a forma como os médicos encaram a doença.
O geneticista Jonathan Flint analisou dados de 5.303 pessoas com depressão, e mais 5.337 como grupo controle, e conseguiu descobrir as primeiras duas marcas genéticas ligadas à depressão severa. A descoberta deve auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos e pode ajudar no diagnóstico futuro da doença.
A análise indicou duas sequências genéticas que estariam ligadas à depressão: um pedaço de DNA que codifica uma enzima que ainda não está completamente compreendida e outra sequência próximo ao gene SIRT1, que é importante para estruturas celulares que produzem energia (mitocôndrias). A conexão com as mitocôndrias já havia sido observada em outras pesquisas, inclusive algumas do laboratório de Flint, que ligavam as anormalidades das mitocôdrias à depressão.
Mais de 350 milhões de pessoas têm depressão e os sintomas variam drasticamente entre os pacientes. Por isso, qualquer pesquisa genética precisaria de uma grande variedade de pessoas para se provar correta. Por isso, a pesquisa foi realizada na China, por causa da enorme população e também pelo baixo número de diagnósticos de depressão.
Segundo os pesquisadores, os chineses que sabem que têm depressão, em geral, já estão em um nível severo da doença. Para diminuir a variação das amostras, eles resolveram fazer o teste em mulheres chinesas diagnosticadas com depressão da etnia Han. Foto: DIC
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