Todos os anos, mais de 60 mil novos casos de câncer de próstata surgem no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desse total, cerca de 10% é diagnosticado em estágio avançado, o que prejudica a eficácia do tratamento e diminui as chances de cura do paciente.
O tratamento do câncer de próstata está em discussão em todo o mundo no momento. A Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica vem buscando, nos últimos anos, unificar as diretrizes de tratamento, como forma de orientar os médicos no melhor caminho a ser seguido, em benefício dos pacientes, principalmente daqueles em estágio avançado da doença.
O urologista Antônio Reginaldo explica que nos últimos 10 anos diversos avanços aconteceram no tratamento do câncer de próstata, que são cada vez menos violentos e agressivos aos pacientes. “Antigamente todos os casos eram operados ou tratados com radioterapia. Hoje, quando o tumor é de baixo grau, não há necessidade de cirurgia, apenas um acompanhamento. Só operamos o paciente que possui um tumor agressivo e em estágio avançado”, pontua.
A cirurgia, no caso em que o câncer de próstata é avançado, também vem sendo aperfeiçoada nos últimos anos, com auxílio de meios tecnológicos. “A técnica cirúrgica se aperfeiçoou muito nos últimos anos. Em alguns estados brasileiros já existem robôs que auxiliam os profissionais durante o procedimento. Esses avanços aumentam as chances de sucesso, nos casos em que há necessidade de cirurgia”, comenta.
Quando não há mais possibilidade de radioterapia ou quimioterapia, o câncer de próstata também pode ser tratado através de medicamentos, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O tratamento com medicamentos acontece apenas na fase avançada da doença. Existem os medicamentos injetáveis e os tratamentos orais. O SUS fornece de maneira gratuita esses medicamentos, o paciente precisa apenas comprovar o diagnóstico”, explica.
Apesar dos avanços no tratamento, o urologista Antônio Reginaldo alerta que o diagnóstico precoce ainda é a principal forma de amenizar os danos causados pelo câncer de próstata. “Impotência sexual e incontinência urinária são algumas das possíveis sequelas que o paciente pode ter após a cirurgia para retirada do tumor. Esse é o grande medo, que, muitas vezes, acaba afastando os homens dos exames. É importante lembrar que o diagnóstico precoce é a principal saída para evitar essas complicações”, alerta o urologista, que também ressalta a importância dos exames periódicos.
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA
Créditos: O Dia
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