Ele tem pouco mais de um metro de largura e menos de 2 metros de comprimento. E o modelo elétrico foi criado em Lajeado, no Rio Grande do Sul.O inventor é João Alfredo Dresch, de 68 anos, um empresário aposentado.
Ele sonha em transformar sua criação no primeiro carro da categoria fabricado em escala comercial no país. A ideia surgiu durante uma viagem à Itália, em 2009, ao ver carros elétricos circulando.
Dresch aproveitou para visitar fábricas e, mesmo sem conseguir arrancar detalhes sigilosos, nem ter formação superior específica, decidiu criar o seu. “Não tive parâmetro, mas decidi que queria um carro elétrico compacto para uso próprio. Pedi ajuda a um amigo engenheiro e outro mecânico e, em 11 meses e meio, finalizamos”, conta Dresch, que foi apelidado de Henry Ford do Vale do Taquari.
Um molde em tamanho real foi feito de papelão, depois todo em madeira. Por último, foi revestido de fibra, para por fim ganhar estrutura de aço. “Quando ficou pronto, fui entrar no carro e não consegui. A porta tinha ficado pequena. Tivemos de cortar a parte da frente e aumentar o comprimento em uns 15 centímetros”, relembra o bem-humorado inventor.
No final de 2010, com investimento total de R$ 40 mil, o modelo estava pronto, pintado em “vermelho tangerina”, segundo descrição e escolha do próprio Dresch. Estava com farolete de moto de baixa cilindrada, espelho de caminhão cortado ao meio e 14 baterias de jet ski, carregáveis em qualquer tomada 110 V ou 220 V.
Duas horas conectado na luz rendem duas horas de autonomia nas ruas. Os bancos foram retirados de uma Meriva capotada, revestidos em couro vermelho e branco com o nome JAD, inicias do criador. Sem maçanetas – o que, segundo Dresch, dificulta furtos –, abre, tranca e fecha os vidros por controle remoto.
O JAD tem as vantagens de qualquer carro elétrico: não polui, é isento de IPVA e tem baixo custo de rodagem, cerca de R$ 0,10 por quilômetro. Um popular gasta, em média, três vezes mais com combustível. “Esse aqui tu estacionas em qualquer lugar, porque ocupa o espaço de uma moto no estacionamento oblíquo e cabem três no lugar de uma vaga de carro tradicional – compara.
Dois anos e meio depois de finalizado e com dois guinchamentos por circular sem documentos, o carro elétrico de Lajeado foi aprovado pelo Detran.
As placas JAD-0713 chegaram há poucas semanas. Desde então, já rodou até pelo Litoral Norte, despertando curiosidade.
Estimado em R$ 450 mil, o projeto foi pedido a especialistas em São Paulo, mas parou por falta de recursos. Com o novo sócio, o engenheiro automotivo Marcos Büneker, que trabalhou na Volkswagen e na Mercedes-Benz, Dresch cogita ajuda de investidores privados, mas mira nos governos federal e estadual.
“Ainda é artesanal, mas daqui a 10 anos será o novo paradigma no transporte”, prevê Hollanda.
Ficha técnica
Tamanho: 1,20 metro de altura, 1,05 metro de largura e 1,95 metro de comprimento
Peso: 295 quilos
Capacidade: duas pessoas
Motor: elétrico, tem rolamento especial de 5 CV
Velocidade máxima: 70km/h
Equipamentos: cinto de segurança, freio a disco nas quatro rodas, extintor de incêndio, freio de mão, estepe e carregador de bateria para tomadas convencionais 110 V ou 220 V
Bateria: 14 baterias de gel, com vida útil de até cinco anos
Autonomia: após duas horas carregando, o carro anda por duas horas Especificidades: não é automático e não tem marcha, tem apenas freio e acelerador.
A ré é acionada por um botão que inverte a polaridade do motor
Custo de rodagem: cerca de R$ 0,10 por quilômetro (valor gasto com energia elétrica)
Valor de venda: estimado entre R$ 15 mil e R$ 18 mil
Com informações da Folha e Zero Hora
Créditos: Só Notícia Boa
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