Em rápida entrevista coletiva após reunião do Conselho Político do PT, em São Paulo, o presidente nacional da PT, Rui Falcão, criticou setores do Judiciário que, "ao cometer sucessivas violações de direitos constitucionais, com o propósito de atingir o governo Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio PT, ameaçam a democracia do país". "Há um risco de se gestar um Estado de exceção dentro do Estado de direito", afirmou.
Ao lado de Lula e de integrantes da direção nacional, Rui Falcão participou da segunda reunião do Conselho, formado em setembro de 2015, para discutir exclusivamente dois temas: formas de retomada do crescimento econômico e as investidas contra o Estado democrático de direito.
"Quero desmentir cabalmente que a reunião foi marcada para discutir uma linha de defesa de Lula", disse, logo no início de seu encontro com a imprensa, por volta das 14h. "Isso não ocorreu, não estava na pauta, não foi mencionado. Quem antecipou fez por conta e risco", completou, ao referir-se às especulações sobre o teor do encontro por veículos da mídia tradicional.
Segundo o dirigente nacional petista, o tema mais discutido foram os ataques "sistemáticos" às garantias constitucionais, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato. Rui citou abuso de prisões preventivas, descumprimento do direito a habeas corpus, inversão do princípio da presunção de inocência e, com ênfase especial, a adoção abusiva das delações premiadas.
Rui Falcão enfatizou os atos arbitrários, que hoje buscam atingir o partido – e todas as empresas e pessoas físicas à sua volta. "Hoje, as pessoas têm de provar que não são culpadas, criminosos fazem acordo para fazer denúncias sem provas e são transformados em heróis pela mídia. Essas inversões não dizem respeito apenas ao PT", alertou, ressaltando a necessidade de fortalecer as instituições democráticas do país, em vez de enfraquecê-las.
Sobre economia, Rui Falcão afirmou que o partido defende mudanças na política econômica do governo Dilma desde o congresso nacional da legenda, no ano passado e citou a queda dos juros como uma das principais bandeiras petistas.
O ex-presidente Lula não falou com a imprensa. Segundo Rui Falcão, Lula se pronunciou no final da reunião do conselho, quando sugeriu “alguns encaminhamentos” ao Diretório Nacional.
Na reunião, a presença de lideranças petistas, membros do governo e aliados políticos. Entre outros, os prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, e São Bernardo do Campo, Luis Marinho, o economista Márcio Pochmann, o secretário especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o governador do Acre, Tião Viana, o escritor Fernando Moraes, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira, o governador do Piauí, Wellington Dias, o dirigente Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o líder do PT na Câmara, Afonso Florence.
Créditos: Rede Brasil
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