Com a federação paulista do setor (Fiesp) no epicentro dos atos contra o governo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota em defesa da governabilidade e pedindo fim do impasse político, que agrava a situação econômica. "Os empresários, assim como todos os brasileiros, estão perplexos diante da grave deterioração do cenário político, que submete o país a uma situação sem precedentes em sua história recente", diz a nota, assinada pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nome da entidade e das federações estaduais.
"A indústria nacional não pode aceitar que disputas e desavenças políticas se sobreponham aos interesses maiores da nação", afirmam os empresários, para quem o "caos" na política piora as perspectivas da economia. "O país vem sendo duramente prejudicado pela paralisa decisória que o afastou do caminho do crescimento, provocando o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o fechamento de empresas."
"Ninguém aguenta mais assistir ao espetáculo deprimente em que se transformou a política brasileira", diz a CNI. "Já passou da hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o seu futuro." As entidades afirmam que é "fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos, adotar melhores práticas administrativas e implantar medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento".
No documento, não há referência ao posicionamento da Fiesp, cujo presidente, Paulo Skaf, passou a defender abertamente a renúncia da presidenta Dilma Rousseff. À frente da sede da entidade, na Avenida Paulista, região central da capital paulista, desde ontem (16) concentram-se manifestantes contra o governo. Ontem, a federação paulista exibiu luminoso com os dizeres "Renúncia já", e hoje publicou anúncios de página inteira com o mesmo teor. Skaf também é o 1º vice da CNI.
"O setor empresarial espera que as instituições brasileiras, principalmente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com o apoio e a participação da sociedade, possam encontrar, com urgência, soluções para tirar o país da crise política e econômica", afirma a nota. "Neste momento turbulento da vida nacional, a indústria brasileira exige grandeza, serenidade e espírito público dos homens e das mulheres que ocupam os Três Poderes da República, para que o Brasil possa superar o cenário adverso, voltar a crescer e ter confiança no futuro."
Na tarde desta quinta, a Fiep (federação do Paraná) também se manifestou contra Dilma. "Que a presidente Dilma ou tome a iniciativa de uma demissão voluntária, ou então estaremos apoiando, dentro do Congresso Nacional, sua saída devido a esses últimos acontecimentos", afirmou o presidente da entidade, Edson Campagnolo.
Créditos: Rede Brasil Atual
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