Especialistas da ONU divulgaram comunicado que aponta correlações entre a expansão do zika vírus e problemas de saneamento básico. “Enquanto o mundo procura soluções de alta tecnologia para combater o vírus zika, não devemos esquecer o péssimo estado de acesso à água e ao esgotamento sanitário para populações desfavorecidas”, afirmou o relator especial das Nações Unidas para o direito humano à água e ao saneamento, Léo Heller.
Em conjunto com mais três relatores, Heller argumenta, em comunicado, que a melhor resposta para os problemas relativos ao Aedes aegypti está no acesso a ferramentas básicas de saneamento. “Podemos criar mosquitos estéreis ou utilizar ferramentas de internet para mapear dados globalmente, mas não devemos esquecer que, atualmente, há 70 milhões de pessoas na América Latina que não têm água encanada em seus terrenos ou dentro de suas residências”, disse.
De acordo com a ONU, a região latino-americana cumpriu a meta dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas referente ao abastecimento de água, porém, não atingiu os índices adequados de saneamento básico. “Quando as pessoas têm condições de vida e moradia inadequadas e não têm acesso a serviços bem geridos, elas tendem a armazenar água de maneira insegura, favorecendo a propagação de mosquitos”, disse Leilani Farha, especialista da entidade sobre moradia adequada.
O zika vírus vem sendo apontado como responsável por um surto de microcefalia que atinge o Brasil, além de possivelmente possuir relações com a Síndrome de Guillain-Barré, que causa transtornos neurológicos. O mosquito Aedes aegypti, vetor do zika, ainda transmite dengue, chikungunya e, de acordo com pesquisas, possui potencial para transmitir uma doença similar, o mayaro vírus, que possui como sintomas a febre e dores nas articulações.
“Os governos dessa região devem acelerar a melhoria das condições relativas à água e ao saneamento, particularmente para as populações mais vulneráveis, de modo a salvar vidas diante do desenvolvimento desta crise global”, afirmou Heller, lembrando que tais novas doenças representam um fardo para mães, que vivem com receio de contraírem, elas ou seus filhos, alguma síndrome relativa ao Aedes aegypti. (Com informações da ONU / Foto: Zito Bezerra).
Créditos: Rede Brasil Atual
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