Recebida por milhares de militantes e aos gritos de “Fora, Temer”, a presidenta afastada, Dilma Rousseff (PT), participou ontem (3), do “Ato contra o Golpe”, realizada na Esquina Democrática, centro de Porto Alegre. Dilma foi da Assembleia Legislativa, onde participou do lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”, direto para o ato. Muito ovacionada e rodeada de lideranças políticas do PT, PCdoB e PSOL, Dilma abriu as manifestações e afirmou que retornará ao comando do país, dando a entender que reverterá o processo de impeachment no Senado.
“Tenho certeza que até 2018 serei a presidenta do Brasil”, declarou ela, para entusiasmo dos ativistas que tomavam conta da Esquina Democrática e arredores, já que o palco foi montado na Avenida Borges de Medeiros, mais perto do Largo Glênio Peres. Dilma afirmou que viajará o país para denunciar “o golpe”, embora o presidente interino, Michel Temer (PMDB), e seus aliados, segundo a petista, não queiram que ela percorra o Brasil, momento em que os militantes, mais uma vez, cantaram “Fora, Temer.”
“Eu jamais esperei enfrentar um novo golpe”, admitiu a presidenta afastada, referindo-se também ao Golpe de 1964, época da ditadura. Ela se disse feliz por estar participando de um ano na Esquina Democrática. “O Rio Grande do Sul tem tradição em lutar pela democracia. Aqui, em Porto Alegre, um dos golpes que estavam sendo tramados no Brasil teve um basta”, relembrou Dilma, referindo-se à Campanha pela Legalidade, liderada pelo então governador Leonel Brizola com o fim de garantir que João Goulart assumisse a presidência do país.
A presidenta afastada reclamou do fato de ser acusada de crime de responsabilidade com base em seis decretos das chamadas “pedaladas fiscais” e um Plano Safra. Decretos iguais, conforme Dilma, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez 30 e não foram considerados crimes. “Criaram contra mim um impeachment fraudulento”, argumentou a petista, seguida de um coro de “Não vai ter golpe, vai ter luta.”
Ela ressaltou, ainda, que não cometeu atos de corrupção e não tem “contas na Suíça”, numa referência às denúncias envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), que foi afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Minhas mãos não estão sujas por esse dinheiro”, garantiu ela, sobre os políticos, como Cunha, envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras. Ao final do discurso, Dilma agradeceu o apoio dos militantes: “Vocês me dão muita força.” Depois que encerrou a manifestação, Foto: Guilherme Santos, Sul 21.
Créditos: Sul 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores.