No Brasil, comemoramos o Dia dos Namorados em 12 de junho, que no catolicismo representa a véspera de um dia dedicado ao Santo Antônio, considerado “casamenteiro”, conforme publicado pelo portal Terra. Diferente disso, em diversas regiões do mundo, essa mesma data é comemorada no dia 14 de fevereiro, no tradicional “Valentine’s Day’ (Dia de São Valentim).
Essa particularidade acontece somente no Brasil, e representa um dia marcado pela renovação de votos, trocas de presentes e homenagens e demonstrações de carinho. Contudo, de acordo com o psicólogo, pesquisador e especialista em relacionamentos amorosos Thiago de Almeida, em entrevista ao Terra, a origem dessa data remonta um festival romano, chamado de Lupercalia, dedicado a um deus chamado Lubercus, realizado no século IV a.C. Ele contou que, durante as festividades havia um jarro de cerâmica com os nomes das moças da região. Assim, os rapazes poderiam escolhê-las como companheiras para o mesmo evento no próximo ano. Eventualmente, alguns desses casais acabavam se apaixonando e se casando.
Segundo o especialista, o Festival de Lupercalia perdurou por cerca de 800 anos, sendo alterado após o surgimento do cristianismo. “Ao invés dos nomes das moças, a Igreja Católica começou a usar o nome dos santos”, disse. O deus homenageado também foi trocado, já que Lubercus era considerado pagão. “Foi em função disso que surgiu a ideia de santificar o presbítero Valentim”, explicou.
À época, o imperador romano Claudius não suportou a ideia de que São Valentim fosse tão popular e pregasse a existência de um só Deus. Ele considerou que isso era uma afronta aos deuses romanos. Logo, todas as pessoas que negassem esse politeísmo ou fossem seguidoras de São Valentim, eram perseguidas, aprisionadas e torturadas. Em virtude disso, “os apaixonados encontravam refúgio com o presbítero, que havia sido o único no Império a continuar a celebração de casamentos”, disse. Quando o imperador descobriu essa audácia, mandou que prendessem São Valentim, que continuou a realizar conversões e servir ao seu Deus, o que despertou a ira de Claudius que decidiu decapitá-lo.
A lenda conta que, no dia 14 de fevereiro, antes de morrer, ele disse estar apaixonado pela filha cega do guarda da prisão a que estava. A moça era responsável pela alimentação dos prisioneiros. Assim, enquanto se despediam ele foi capaz de curá-la da cegueira e deixou-lhe uma carta de despedida em que assinava: “seu eterno Valentim”, uma frase que, segundo Almeida, até hoje é usada em cartões comemorativos do dia.
Apesar de ser reconhecida em todo mundo como uma das datas mais especiais para os apaixonados, aqui no Brasil, até 1949, não existia nenhuma data para comemorá-lo. Segundo Almeida, apesar da ideia de ser véspera do dia de Santo Antônio, a escolha do dia tem fundamentos meramente comerciais, já que, até então, o mês de junho era considerado fraco para o comércio. Além disso, embora o Brasil seja uma exceção, existem poucos países que também comemoram em data diferente do Valentine’s Day.
(Terra /Foto: Reprodução / Pexels ).
Créditos: Jornal Ciência
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores.