quarta-feira, 13 de julho de 2016

Peixe é capaz de mudar de sexo 20 vezes por dia

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Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian no Panamá, ao explorar um recife de corais próximos, descobriu uma espécie de peixe (Serranus tortugarum) capaz de mudar de sexo várias vezes por dia.
A espécie havia sido marcada com cores individuais de modo que seu comportamento pudesse ser registrado pelos cientistas durante o período de desova, de acordo com informações da National Geographic.
Apesar de nossa fauna mundial oferecer diversas espécies hermafroditas curiosas, a presença de ambos os órgãos reprodutores, femininos e masculinos, poder ser um dos fatos mais peculiares. O caso do peixe em questão, nomeado como Chalk Bass e nativo do Caribe, foi registrado em uma pesquisa publicada pela revista Behavioral Ecology, e sugere que ele não tenha mais do que 8 centímetros de comprimento e possa trocar de papeis sexuais com seu parceiro até 20 vezes por dia.
O Chalk Bass utiliza uma estratégia reprodutiva conhecida como “negociação de ovo”, em que subdividem sua posta diária de ovos em ‘pacotes’ e alterna os papeis sexuais com seu parceiro, acasalando após uma sequência de desova. De acordo com a ecologista evolutiva Mary Hart, da Universidade da Floria e principal autora do estudo, o peixe demonstrou um compromisso notável para variar suas funções sexuais e que cada um deles não produzem mais do que dois ‘pacotes’ de ovos, antes de mudar de sexo. Essa ação, segundo ela, ajuda a manter a cooperação entre os parceiros e reduz a tentação de traição.
A maioria dos hermafroditas fazem a transição de sexo durante algum estágio de seu desenvolvimento, em uma estratégia conhecida como dicogamia. A transformação é normalmente acionada por razões sociais ou comportamentais, como a perda de um macho dominante do grupo. O Chalk Bass, no entanto, é capaz de produzir gametas masculinos e femininos simultaneamente.
Embora o hermafroditismo simultâneo não seja exclusivo dessa espécie, ele é raro, especialmente porque os peixes não são capazes de se auto fertilizarem. A frequência com que trocam de papeis sexuais é, de acordo com Hart, especialmente incomum e misteriosa.
A hipótese da pesquisadora é que os benefícios superam os custos e essa forma de reciprocidade pode render uma vantagem reprodutiva para o peixe. A mudança de sexo oferece a cada um deles um retorno sobre seu investimento em ovos apenas por permitir que possam fertilizar também os de seus parceiros. Logo, agindo como macho e fêmea melhora a chance de passar seus genes para a próxima geração. 
A pesquisadora passou seis meses pesquisando sobre a espécie no Instituto, observando-os através de mergulhos diários sobre os recifes de corais. Durante o curso da investigação, ela ficou surpreendida ao descobrir que a devoção do Chalk Bass com seus parceiros. “Todos os peixes marcados no primeiro mês ficaram juntos ao longo de seis meses, até que um ou ambos desapareciam do grupo”, disse ela.
National Geographic / Foto: Reprodução / Tumblr )
Créditos: Jornal Ciência

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