Mulheres vítimas de violência em seus relacionamentos podem levar até 10 anos ou mais para denunciarem o crime, apontou uma análise feita pelo núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
“Romper o silêncio é muito difícil, porque há um tempo para que a vítima entenda que está sofrendo violência”, explica a promotora Valéria Scarance, de 44 anos, coordenadora do núcleo.
A unidade analisou todas as denúncias de violência contra mulher feitas ao aparelho Ligue 180, do Governo Federal, entre 2014 e 2015. Na semana passada, a ex-modelo e atriz Luiza Brunet acusou o ex-marido, o empresário Lírio Parisotto, de agressão. Em depoimento ao Ministério Público (MP) de São Paulo, ela disse ter sido agredida mais de uma vez, durante os quase cinco anos de relacionamento que tiveram. Ao Fantásitco, ela contou que teve “medo e vergonha” de denunciar.
“Romper o silêncio é muito difícil, porque há um tempo para que a vítima entenda que está sofrendo violência”, explica a promotora Valéria Scarance, de 44 anos, coordenadora do núcleo.
A unidade analisou todas as denúncias de violência contra mulher feitas ao aparelho Ligue 180, do Governo Federal, entre 2014 e 2015. Na semana passada, a ex-modelo e atriz Luiza Brunet acusou o ex-marido, o empresário Lírio Parisotto, de agressão. Em depoimento ao Ministério Público (MP) de São Paulo, ela disse ter sido agredida mais de uma vez, durante os quase cinco anos de relacionamento que tiveram. Ao Fantásitco, ela contou que teve “medo e vergonha” de denunciar.
De acordo com a pesquisa, cerca de 37% das denúncias foi feita por mulheres que estavam em relacionamentos há uma década ou mais. A análise tem índice de erro de até dois pontos percentuais, para mais ou para menos.“Nem sempre a violência física acontece no começo da relação, e há também o tempo para que ela se conscientize que aquele comportamento do agressor é duradouro, é repetitivo, que pode colocar em risco sua vida e sua saúde”, explica Valéria.
Ainda segundo o estudo, no mesmo período, apenas entre 11% e 12% das queixas recebidas foram registradas por mulheres em relacionamentos de um ano ou menos. Para Scarance, que é também autora de um livro sobre a Lei Maria da Penha, os dados confirmam a dificuldade das mulheres em relatar de forma imediata uma agressão.
A promotora revela que o tempo de repressão da denúncia pode ser estendido, também, pela vergonha da vítima em ter sua vida pessoal exposta; pelo medo de reações ainda mais agressivas vindas do parceiro ou de terceiros e, principalmente, pelo medo de sofrer revitimização – quando a vítima é culpabilizada pela violência sofrida.
“Isso acontece tanto pelos destratos das autoridades, quanto por parte da sociedade, quando se avalia conduta, o histórico da vítima, suas vestes, seu comportamento, o porquê e as vírgulas e entrelinhas do relato da vítima”, diz. Para ela, o que se deve avaliar quando há a denúncia de um crime é se houve violação e quem a fez.
Outros questionamentos seriam “juízo de valor que não são compatíveis com uma sociedade que se julga desenvolvida”.“A responsabilidade de cada um é não julgar as vítimas de violência de gênero. Se o nosso país é o quinto no mundo que mais mata mulheres, é porque muitas não encontraram apoio, acolhida. A responsabilidade dessas mortes não é só das autoridades, é de cada um de nós”, defende.(G1/ Foto: MídiaNews).
Créditos: Focando a Notíci
Outros questionamentos seriam “juízo de valor que não são compatíveis com uma sociedade que se julga desenvolvida”.“A responsabilidade de cada um é não julgar as vítimas de violência de gênero. Se o nosso país é o quinto no mundo que mais mata mulheres, é porque muitas não encontraram apoio, acolhida. A responsabilidade dessas mortes não é só das autoridades, é de cada um de nós”, defende.(G1/ Foto: MídiaNews).
Créditos: Focando a Notíci
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