Para 61% dos entrevistados, seria melhor para o Brasil se novas eleições fossem convocadas antes de 2018, segundo pesquisa CartaCapital/Vox Populi. Os questionamentos foram respondidos por 1.500 pessoas em 97 municípios de todo o Brasil, entre 29 de julho e 1º de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O índice de 61% é o mesmo verificado pelo instituto em abril, logo após a Câmara aceitar o pedido de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.
O maior entusiasmo pela convocação de novas eleições está no Centro-Oeste/Norte (66%), seguido do Sul (64%) e Sudeste (62%), e a menor adesão (57%), no Nordeste. O apoio à volta de Dilma ao governo foi de 21% para 18% em todo o País, enquanto subiu a opção de Temer permanecer na presidência (11% para 17%).
A maior base de apoio para a volta de Dilma concentra-se no Nordeste, onde 32% acreditam que seu retorno seria mais benéfico para o País, em vez da permanência do interino ou da convocação de um novo pleito. A região é historicamente mais favorável às gestões petistas.
Entre os residentes nas regiões Centro-Oeste/Norte e Sudeste, o amparo à volta da presidenta é defendido por 14% da população. O menor índice está no Sul, onde apenas 9% defendem essa proposta. A região Sul é também a que mais apoia a preservação de Michel Temer como presidente (23%), seguida do Sudeste (21%) e Centro-Oeste/Norte (16%). A menor adesão à permanência do interino está no Nordeste, onde 9% apoiam a proposta. A margem de erro é de dois pontos.
A pesquisa CartaCapital/Vox Populi também debruçou-se sobre as diferenças de opinião entre homens e mulheres, faixa etária, escolaridade e renda quando questionados sobre o que seria melhor para o Brasil: a volta de Dilma, a permanência de Temer ou novas eleições.
Apesar da convocação do novo pleito ser a opção preferia de ambos os gêneros, ela é apoiada por uma fração ligeiramente maior entre o público masculino (63%) do que entre o feminino (60%). Os homens também apoiam mais a hipótese da manutenção de Temer no cargo, 20%, ante 14% das mulheres. Elas também expressam mais simpatia pela volta de Dilma, com 22% defendendo essa opção. Entre os homens, o índice fica em 14%.
Os jovens são os maiores entusiastas da proposta de novas eleições (68%) e os que menos apoiam Michel Temer (13%) – a volta de Dilma é apoiada por 17% dos entrevistados mais novos. Entre os adultos, 61% preferem novas eleições como uma opção mais positiva para o Brasil. A volta de Dilma ou a permanência de Temer estão tecnicamente empatadas entre os adultos, com 18% e 17%, respectivamente.
Entre o público maduro, o entusiasmo pela proposta de novas eleições é menor, 43%. Para os mais velhos, o melhor seria a manutenção do interino no cargo até 2018 (28%), enquanto 24% defendem a volta da presidenta.
Com relação à escolaridade, há um apoio ligeiramente maior à proposta de novas eleições entre os entrevistados com diploma do Ensino Médio (69%). O menor índice está entre aqueles que só cursaram o Ensino Fundamental (56%). Entre os com Ensino Superior, o apoio é 61%.
Os entrevistados com diploma universitário também são os mais favoráveis à manutenção de Michel Temer como presidente (23%), com empate técnico entre nos estratos do Ensino Médio e Fundamental que defendem sua permanência, 15% e 17%, respectivamente. O maior apoio à volta da presidenta eleita em 2014 está entre os que estudaram até o Fundamental (24%). Para os que têm diploma do Ensino Superior, o índice cai para 15% e está em 13% entre os que concluíram a última etapa da Educação Básica.
Com relação à renda, há mais adesão à proposta de novas eleições entre todas as faixas salariais. O maior apoio está entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos (entre R$ 1760 e R$ 4400) - opção defendida por 65%. Para os que recebem até dois salários mínimos, a volta de Dilma tem mais apoio do que a manutenção de Temer, 26% contra 13%. Já entre os mais ricos, com rendimentos de cinco salários mínimos, 26% preferem Temer e 9%, a volta de Dilma.
Créditos: Carta Capital
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